Atores paraenses lamentam morte de Zé Celso Martinez e relembram vinda de dramaturgo a Belém

Zé Celso morreu nesta quinta-feira (6) por falência dos órgãos. Ele era o criador do Teatro Oficina e um dos maiores encenadores brasileiros

Amanda Martins
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Um dos principais dramaturgos brasileiros, José Celso Martinezmorreu aos 86 anos. O estado de saúde do diretor havia se agravado desde a última quarta-feira (5), quando desenvolveu um quadro de insuficiência renal. Desde então, Zé Celso, como era popularmente conhecido, não conseguia responder aos tratamentos, e, teve falência dos órgãos na quinta-feira (6). A partida dele é muito sentida e lamentada pela comunidade artística paraense. Apesar de não estar mais em vida, a maioria reforça que o legado do dramaturgo continuará para sempre atrelada a história de atores e atrizes. 

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Para o ator e roteirista Adriano Barroso, Martinez representa a “alma” do teatro, que utilizou da arte para revolucionar políticas e costumes da época. “Ele ensinou a várias gerações a importância de estar em cima e que tipo de revolução nós fazemos dentro do palco”, afirmou. 

Segundo Adriano, que tem 30 anos de carreira, fazer arte em Belém pode ser considerado quase como um ato de resistência. O ator ressalta que muitas vezes os artistas de teatro são impedidos de muitas maneiras de conseguir seguir no meio da cultura, seja pela falta de estrutura adequadas ou investidos. 

“Para mim, o maior legado do Zé é ter mostrado que a gente em cima do palco é revolucionário”, complementou sobre os artistas encontrarem forças na própria história do dramaturgo.

Adriano teve a oportunidade de conhecer pessoalmente Zé Celso em uma das vidas do diretor na capital paraense. De acordo com as recordações do ator, o encontro ocorreu em meados de 2010, quando Martinez veio a Belém realizar oficinas.

Todos nós do teatro fomos chamados para assistir. Ele era uma entidade. Ninguém ficava impassível ao lado do Zé. Além de ser uma pessoa agradável, era alegre e entendia que o ato teatral era festivo”, relembrou Adriano com saudosismo e carinho.

A vinda de Zé Celso estava ligada a um projeto da do grupo Oficina Uzyna Uzona, dirigido por ele, o “Dionisíacas em Viagem”. A estreia foi na capital paulista e pretendia percorrer oito Estados. Confira:

Já o ator Paulo Fonseca teve a oportunidade de assistir ao espetáculo “Roda Viva”, escrito por Chico Buarque e que estreou sob direção de Zé Celso. Na época, durante uma viagem a São Paulo, em julho, em 2017, Paulo conseguiu um dos últimos ingressos e pode desfrutar da apresentação. “São três horas e meia, no Teatro Oficina, na casa dele. Terminava no meio da rua, com ele indo à frente. É um espetáculo lindo”, relembrou do momento. 

O ator, encenador e professor de teatro, Alberto Silva Neto, afirmou que o legado de Zé Celso está relacionado à arte como transgressão. Isso porque, o artista acredita que o dramaturgo foi, e continuará a ser, um grande provocador de ideias. “Não por acaso se preparava para encenar ‘A queda do céu’. Queria dizer ao Brasil e ao mundo o quanto é imprescindível ouvir a voz dos povos originários, historicamente silenciada”, complementou.

Alberto disse que nunca assistiu a um espetáculo de Zé Celso presencialmente, mas sente como se tivesse assistido pela força que o diretor possuía no teatro, na arte e na cultura brasileira. “O Brasil perdeu um de seus artistas mais importantes em todos os tempos”, concluiu com pesar.

 

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