Carlinhos de Jesus lê livro para crianças de escola estadual em Belém

Esta semana, o projeto ‘Lê Pra Mim?’ chegou a Belém com o objetivo de incentivar a leitura entre crianças de escolas públicas. Com 15 anos de história, o encontro promove a intimidade entre a literatura e o público.

Carlinhos de Jesus foi o responsável por abrir a programação na capital paraense. Na Escola Estadual Nossa Senhora da Conceição Aparecida, no bairro da Pedreira, o artista leu a obra “O Fantasma do Valentão”, do paraense Ed Saraiva Jr. O livro narra o encontro de Matheus com um grupo de valentões na escola.

“Não é novidade nenhuma que eu amo Belém, então estar aqui para mim já é uma grande alegria. Amo essa cidade e esse estado, sou cidadão paraense, e estou muito feliz em estar aqui com meu CNPJ, minha imagem e meu poder de voz, despertando o interesse pela leitura das crianças. Uma coisa que me chamou a atenção quando cheguei à escola foi que não vi uma criança com o celular na mão. Na hora do recreio, o pátio estava lotado: meninos correndo e meninas sentadas, pegando seu lanche e conversando. Vi crianças vivendo um momento importante sem estarem grudadas em uma tela. Isso me chamou a atenção”, disse Carlinhos de Jesus.

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Carlinhos de Jesus ilustrou, durante sua participação, detalhes da história: “Quando eu trouxe a leitura ao participar do projeto com um livro que fala sobre bullying nas escolas, isso é muito interessante. Com uma didática bem infantil, delineada e ilustrada, tudo isso é motivo de muita satisfação. Sinto que posso fazer isso, usar minha imagem e voz para contribuir! A leitura salva, educa e informa. Acho que é um projeto muito bonito que deve ser inserido em todas as escolas do país.”

Presente durante a contação de história, Ed Saraiva Jr. ficou emocionado ao presenciar o momento de atenção e participação das crianças. “Foi uma emoção única e ainda não consigo expressar a felicidade de ver um ícone, como o Carlinho de Jesus, lendo meu livro para tantas crianças. Além disso, falar sobre um tema tão necessário. O meu filho me deu a ideia do tema do livro, que é sobre bullying, e eu também me lembrei de uma época da minha vida em que, infelizmente, enfrentei muitos ‘valentões’”, disse o escritor.

Na quadra da escola estavam presentes mais de 200 crianças, com idades entre 4 e 10 anos. Participativas e atentas, elas debatiam junto com Carlinhos de Jesus a temática. “Eu achei muito legal a história que o Carlinhos de Jesus contou. Tinham os fantasmas, os meninos que eram muito brutos, e o pai da Matheus e da Clarice. Eu gosto muito de ler livros”, disse a pequena Laura Pinheiro, do 5º ano.

Após a história “O Fantasma do Valentão”, contada por Carlinhos de Jesus, a primeira-dama do Estado e conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Pará (TCE-PA), Daniela Barbalho, trouxe o livro “Quem nunca comeu um bombom de olhos fechados?”, do escritor Jonas Ribeiro. A leitura aborda novas descobertas e o questionamento sobre as semelhanças e diferenças entre as pessoas.

“Quando eu li, mesmo evitando doces, só me lembrei de comer bombom de chocolate com cupuaçu da Dona Joana, que é de comer de olhos fechados”, relembrou.

Com muita didática, bom humor e uma linguagem leve, Daniela Barbalho mostrou irreverência ao prender a atenção das crianças. “Não é fácil ser a última a falar, mas mãe de três, a gente sempre encontra um mecanismo para ganhar a atenção deles e extravasar a energia. Foi um dia lindo, ter a oportunidade de ler um livro e participar desse projeto maravilhoso, que já tem 15 anos em todo o Brasil, levando arte, cultura e literatura. A leitura, junto com a imaginação, permite conhecer lugares diferentes, viver experiências e enriquecer o vocabulário. A leitura deixa a vida mais leve. Em um momento em que vivemos tanto a tecnologia, fazer esse resgate diário sobre a importância da leitura e das histórias para as crianças me faz sentir uma grande alegria”, pontuou a primeira-dama.

Daniela Barbalho leu o livro “Quem nunca comeu um bombom de olhos fechados?”, do escritor Jonas Ribeiro. (Relry Aviz)

Ainda na segunda-feira (31), na mesma escola, mas no período da tarde, Milton Cunha leu Barrinho o Menino de Barro, de Mabel Velloso, e Hellen Patrícia levou a obra "Pretinho, o Sapato Medroso", de Marcia Corrêa Barros, para a criançada.

"Acho importantíssimo ler para as crianças porque é lúdico. Primeiramente, é um encontro humano delas com o artista, e isso, por si só, já é mágico e fantasioso, pois você entra no universo delas. Depois, há a fantasia, a alegria e um outro universo, que não é o da realidade, mas o da literatura. Isso é muito bonito porque mostra que sonhar é um direito e uma necessidade", disse Milton Cunha.

O projeto ‘Lê Pra Mim?’ proporciona encontros literários entre crianças e personalidades, que doam seu tempo para ler aos estudantes. A programação se estende até o dia 4 de abril. Além de Carlinhos de Jesus, Milton Cunha e Hellen Patrícia, hoje (1º), a leitura será na Escola Estadual Mateus do Carmo, no bairro da Terra Firme, com Jalília Messias, Saulo Sisnando e Adriano Barroso.

A leitura do dia 2 será na Creche Estadual Orlando Bitar, em Nazaré, com Edilson Moreno e Sônia Santos; no dia 3, Célia Pinho, Nando Cunha e Tanto Tupiassu farão a leitura na Escola Estadual Vera Simplício, no Telégrafo.

Para finalizar o projeto, no dia 4, na Escola Estadual Pratinha 2, a leitura será feita por Danielle Batista, Sônia de Paula e Marcelo Aouila.

Ao final de cada momento, cada criança participante receberá um livro infantil para levar para casa, incentivando a continuidade do hábito da leitura.

“O projeto planta uma sementinha nas crianças, mas é preciso contar com os professores na parte de regar. Por isso, também fazemos uma capacitação com eles. Durante a leitura, temos um intérprete de Libras. Eu sempre digo que uma cidade, um estado e uma nação se constroem por meio da literatura, do conhecimento. Acho que, através disso, formamos os nossos futuros. A minha preocupação e vontade é que, ao plantar essa sementinha, eu possa contribuir com o futuro das nossas crianças”, finalizou Sônia de Paula, atriz, produtora cultural e idealizadora do ‘Lê Pra Mim?’.