Brincos de tamba-tajá de Alane fazem sucesso
Brincos que imitam folhas de planta tem chamado a atenção na internet e na televisão
Os brincos de planta tamba-tajá de Alane tem feito sucesso nas redes sociais após a paraense aparecer com eles nas orelhas. Os objetos relembram as folhas da planta triangular amazônica no Big Brother Brasil (BBB) 24. Na Amazônia, a crença popular acredita que tamba-tajá tem poderes até para mostrar se um lar tem ou não amor, e até se há infidelidade entre o casal.
Foi nas histórias e nas belezas amazônicas que a artesã Paula Rosário, publicitária por formação, começou a criar brincos imitando a flor de tamba-tajá, ou apenas tajá.
“Esse brinco que ela está usando no Big Brother é muito parecido com os brincos que eu produzo desde 2021, mas não são da loja. Eu acredito que ela comprou a folha do tajá pronta e deu um jeitinho de empreender com o brinco de pérola na orelha. As pessoas que já conheciam o meu trabalho, por saberem que eu produzo essas peças desde 2021, associaram com a minha marca e começaram a vir aqui na loja por conta da Alane”, relata Paula que viu um crescimento nas vendas.
A lenda amazônica do Tamba-tajá diz que a planta nasceu após um grande amor de um casal indígena da etnia Macuxi. O homem e a mulher indígena se apaixonaram perdidamente e logo se casaram. Os dois viviam felizes até que a índia ficou gravemente doente e paralítica. O índio Macuxi teceu então uma tipóia para carregar a esposa nas costas, levando-a para todos os lugares.
Um dia, o índio sentiu que a carga estava mais pesada que o normal. Quando desamarrou a tipóia constatou que a esposa estava morta. Desiludido por ter perdido o grande amor, o guerreiro Macuxi se enterrou com o corpo da esposa na beira de um rio. Lá nasceu uma planta bonita e vistosa que a tribo denominou tamba-tajá.
A marca da publicitária surgiu em 2020 durante a pandemia. As peças começaram a ser produzidas com cerâmica plástica biodegradável. “A ideia da minha marca é exaltar a nossa cultura. Tanto que a maioria das minhas peças são inspiradas na nossa cultura amazônica, nas folhagens amazônicas, nas músicas, na arquitetura. Eu tenho uma série de coleções focadas na nossa identidade cultural”, detalha. “Isso é muito importante, porque vejo que estou fazendo o trabalho certo e o que quero passar para as pessoas é isso. Isso é que nós temos que ter orgulho das nossas raízes e de tudo que forma a nossa identidade cultural como paraenses, belenenses”, assegura Paula.
Os brincos da paraense Alane também tem feito sucesso nas redes sociais. A influenciadora Bertilla Mendes ensinou como fazer os brincos com materiais recicláveis no Tik Tok. Utilizando uma planta de plástico com folhas com as cores verde escuro e verde claro. A influenciadora desenhou o estilo da tamba-tajá, cortou a folha, depois pegou uma bijuteria de pérolas, esquentou a ponto, furou e colou o brinco com cola branca. A publicação tem mais de cinco mil curtidas.
A artesã Paula diz que está torcendo por Alane ou Cunhã serem as campeãs, porém ficará feliz se uma das duas for finalista. “Infelizmente, a gente sabe que quem é o favorito do programa é o Davi. Com certeza é ele que vai ganhar. Mas eu vejo a proximidade da Alane e da Cunhã, que são aqui da nossa região. E eu imagino que elas cheguem a ser algumas das finalistas. Eu estou torcendo por isso”, disse. “E é muito bacana perceber que elas conseguiram chegar tão longe, difundindo a nossa cultura, a nossa cor, a nossa alegria para todo o Brasil. E eu tenho certeza que depois do programa isso vai repercutir muito mais”, complementa.
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