Bois mascarados voltam às ruas de São Caetano de Odivelas
Programação de Carnaval terá os cortejos tradicionais da cidade.
Os arrastões dos bois de máscaras do município de São Caetano de Odivelas, nordeste do Pará, voltam às ruas da cidade neste Carnaval. Após dois anos sem pular a folia, os grupos de bois se dividem durante o período carnavalesco para tomar as ruas do município. Os arrastões começam no sábado, 18, e são finalizados na terça-feira, 21. São seis grupos participando este ano.
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Boi, vaqueiro, pierrô e cabeçudos, se unem as fantasias da comunidade para dar vida e cor a tradição odivelense, que começou no Carnaval de 2006. Rondi Palha, coordenador do Boi Faceiro, acredita que esse ano serão mais de 10 mil brincantes, somando todos os dias de arrastões. Foi ele quem fez a tradição, que ocorria apenas na quadra junina, ser inserida no Carnaval.
“O arrastão começa no curral de cada grupo de boi, em seguida o cortejo é iniciado na cidade. Normalmente, passa pela rua São Benedito, que é a principal de São Caetano de Odivelas. Lá eles fazem a culminância para fazer a apoteose na orla da cidade, que também é uma espécie de dispersão. Quando chega na orla, faz a roda de boi e o encerramento. Mas cada boi sai do seu próprio curral”, explicou Rondi.
Reunindo a comunidade que trabalha na confecção das fantasias e adereços, além de dar vida aos personagens, a tradição do boi de máscaras de São Caetano de Odivelas consegue promover uma valorização cultural social, já que os personagens vão para os arrastões com membros da comunidade, muitos deles, os jovens. Por exemplo, uma das pessoas que leva o boi para as ruas, literalmente nas costas, é filho de Rondi, uma paixão passada por gerações.
O boi tem em torno de 80 quilos e possui ‘quatro patas’, sendo conduzido por duas pessoas. Diferentes dos outros encontrados pelo Brasil, que tem apenas um condutos.
“O arrastão do boi foi inserido em 2006 no Carnaval, para dar singularidade para a festa local, mas é uma tradição é bem antiga. Por exemplo o primeiro grupo de boi surgiu na década de 30. O Boi Faceiro, que coordeno, é uma herança do meu avô”, disse Rondi.
Diferente de muitos Carnavais do Pará, que contemplam abadá e trio elétrico, o coordenador do Boi Faceiro, busca a disseminação dessa cultura odivelense no Estado de forma mais original. “Existem essas várias possibilidades carnavalesca, já que o Carnaval é o maior movimento cultural brasileiro, mas aqui em São Caetano a gente usa o boi para chamar mais gente para conhecer e curtir o município. Os arrastões são uma espécie de ‘esquenta’, já que ao chegar na rola, os brincantes se unem aos blocos para continuar a folia”, conta Rondi.
PARA AS CRIANÇAS
Carlos Alberto, do Boi Faceiro Júnior (Thiago Gomes)
A programação dos bois iniciam às 17, e segue para pelas ruas de São Caetano de Odivelas, cada um com um roteiro individual. Para quem não conhece o município, ele fica distante 100 quilômetros de Belém.
Mesmo que o horário do arrastão seja cedo e contemple todos os públicos, o Boi Faceiro Júnior, é especifico para o público infantil. Ele será o grupo que abre o Carnaval odivelense.
“Esse arrastão envolve muitas crianças, principalmente as da nossa comunidade, envolvemos várias pessoas nesse projeto, que já tem 20 anos e há 12 está no Carnaval. É lindo ver a criançada vestida de boi, mascarado, cabeçudo e outras fantasias, brincando o Carnaval com o Boi Faceiro Júnior”, disse Carlos Alberto Santana, responsável pelo grupo.
TRADIÇÃO
Lucival, do Boi Tinga (Thiago Gomes)
O grupo mais antigo que tem em São Caetano de Odivelas, é o Boi Tinga, que surgiu em 1937. “Surgiu com meu avô, passou para o papai e agora para mim e minha irmã, Edileuza. Tem sido um desafio manter viva essa história, porque o apoio que temos não é suficiente. Mas a gente se vira como pode”, relembra Lucival Zeferino, um dos proprietários do Boi Tinga.
O grupo começou a fazer parte dos arrastões do Carnaval apenas em 2008.
Lucival destaca que todo ano o cortejo tem suas peculiaridades, que são imprevisíveis. “Eu costumo dizer que eu tenho domínio da porta de casa para dentro, da porta de casa para rua, é o povo que comanda. Sempre temos surpresas nos arrastões, e acredito que será assim de novo. Mas as minhas expectativas são as melhores, somos 50 brincantes, mas ao longo do cortejo mais pessoas vão chegando, e quando percebemos, não conseguimos mais contar”, finaliza Lucival.
Agende-se
18.02 - Arrastão Infantil do Boi Faceiro Junior
Arrastão do Touro Bandido
Arrastão do Bufalo Odivelense
19.02 - Arrastão da Vaca Velha
Arrastão do Boi Tinga
20.02 - Arrastão do Boi Mascote
21.02 - Arrastão do Boi Faceiro
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