Benedita Casé faz relato emocionante sobre surdez: 'Não sabia até onde eu chegaria'

Filha de Regina Casé, ela fala abertamente sobre como foi viver com a surdez ao longo da vida

Redação Integrada
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Benedita Zerbini, filha de Regina Zasé, usou as redes sociais para fazer um desabafo na última terça-feira (23). Ela, que é surda, escreveu um longo texto relembrando sua trajetória desde a infância, quando complicações em um tratamento a levou à suredez, até a experiência de falar abertamente sobre o assunto pela primeira vez.

Na publicação feita no Instagram, Benedita explica que nasceu ouvinte, mas perdeu a audição ainda criança. Seu primeiro aparelho auditivo foi aos 4 anos de idade, mas ela garante que sempre se virou na escola regular.

"Durante a minha vida inteira eu não sabia como ia ser. Não sabia até onde eu chegaria, como iria me virar, estudar, me formar, trabalhar, casar, ter filho. Mas agora quando olho pra trás e vejo tudo o que consegui realizar (me formei em Design Gráfico, trabalho com AUDIOvisual, me casei, tenho um filho), percebo que chegou a hora de aproveitar a minha visibilidade para que outras pessoas que estejam recebendo um diagnóstico nesse momento ou passando por situações semelhantes, busquem reabilitação auditiva e vejam que é possível, sim, ir muito mais longe do que a gente imagina!", escreveu.

Confira a publicação completa:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Como assim surda? Mas então como você fala? Nossa, nem parece! Mas como você entende tudo que eu estou falando? E se eu gritar? Essas são algumas frases que escuto quando descobrem que sou surda. Vamos lá... Eu sou uma surda que ouve. Nasci ouvinte, mas logo em seguida tive uma complicação grave e fui medicada com remédios ototóxicos que acabaram prejudicando minha audição. Aos 4 anos de idade, coloquei aparelho auditivo logo depois que descobrimos a minha surdez - que é severa e nos dois ouvidos! Estudei em escola regular, sempre me virei com os AASIs e a leitura labial. Durante a minha vida inteira eu não sabia como ia ser. Não sabia até onde eu chegaria, como iria me virar, estudar, me formar, trabalhar, casar, ter filho. Mas agora quando olho pra trás e vejo tudo o que consegui realizar (me formei em Design Gráfico, trabalho com AUDIOvisual, me casei, tenho um filho), percebo que chegou a hora de aproveitar a minha visibilidade para que outras pessoas que estejam recebendo um diagnóstico nesse momento ou passando por situações semelhantes, busquem reabilitação auditiva e vejam que é possível, sim, ir muito mais longe do que a gente imagina! É a primeira vez que falo publicamente sobre minha surdez. Sabia que chegaria um momento da minha vida em me sentiria mais à vontade para falar sobre isso. Foi quando conheci a Paula Pfeifer do Crônicas da Surdez, após ler uma matéria no Caderno Ela do Jornal O Globo e de me identificar com o nome da campanha: SURDOS QUE OUVEM. Na mesma hora pensei: “opa! faço parte desse grupo!” Mandei uma mensagem para a Paula pelo Instagram (nunca havíamos nos visto na vida!), marcamos um encontro e ficamos durante 4 horas conversando. Finalmente eu havia achado uma pessoa com um discurso muito parecido com o meu. Achei no “Surdos que Ouvem”, uma oportunidade de contar um pouco da minha história e compartilhar com tanta gente que também está passando pelas mesmas situações. Meu episódio vai sair no próximo domingo, dia 28 às 20h no IGTV do @cronicasdasurdez na fanpage Crônicas da Surdez e no site http://www.surdosqueouvem.com Vai lá ouvir a minha história e conhecer as outras incríveis histórias! #surdosqueouvem

Uma publicação compartilhada por Benedita Casé Zerbini (@beneditazerbini) em

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