Belém recebe espetáculo 'Cura', de Deborah Colker, no Theatro da Paz; saiba onde comprar ingresso
A coreógrafa pretende mostrar na peça a luta, a superação, a discriminação e o preconceito
A bailarina e coreógrafa Deborah Colker fará sua estreia no Theatro da Paz, no bairro da Campina, em Belém, com o espetáculo “Cura”, nos dias 15 a 16 de julho. É a segunda vez que a capital paraense é escolhida como palco para as apresentações. Durante 75 minutos, sem intervalo, o público dedica-se a entender sobre a “cura”, passando por reflexões desde o sentido, de fato, da palavra até a forma como essa “melhora” ganha novos significados na ciência e na fé, tudo traduzido no palco com muitas coreografias e músicas. A dramaturgia da montagem é assinada pelo rabino Nilton Bonder e a trilha original, por Carlinhos Brown. Os ingressos para as sessões na capital paraense estão sendo vendidas presencialmente, na bilheteria do teatro, e no site Ticket Fácil.
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O espetáculo faz referência à doença genética do neto de Deborah, Theo, que tem epidermólise bolhosa - uma doença genética e hereditária rara, que provoca a formação de bolhas na pele por conta de mínimos atritos e se manifesta já no nascimento. Durante anos, a coreógrafa se dedicou em buscar a cura da criança, e da angústia pessoal, fez nascer o trabalho.
Mas, muito mais que uma peça autobiográfica, a montagem “Cura” busca tratar, segundo Deborah, da luta, da superação, da discriminação e do preconceito. Apesar de mostrar várias facetas da “dor” no palco, a bailarina também promete trazer esperança no final da sessão.
Em entrevista ao Grupo Liberal, Deborah detalhou que o propósito do espectáculo é tocar intimamente o telespectador, e que ele pode sair muito diferente do que entrou para assistir a peça.
O que a coreógrafa pretende abordar são curas além das que a medicina consegue possibilitar. De acordo com Deborah, há também outras formas de conseguir se curar, como por exemplo, por meio da religião. No espetáculo, ela trará representações da fé africana, indígena e oriental, o que a bailarina chama de “sabedoria do invisível”.
"A ‘Cura’ fala sobre a cura do que não tem cura. Faz uma ponte entre a fé e a ciência, a dança, a dor e a alegria, o grito e o silêncio, a cura e a doença. "Cura" busca encontrar através da dança: respeito, inclusão, dignidade. Nossa força e fragilidade, nossa resistência e aceitação. Acho que a emoção se dá quando percebemos que não estamos sozinhos. Dançar e cantar ajuda, né?”, explicou a coreógrafa.
Ao longo dos últimos quase dois anos, o espetáculo já passou por mais de nove cidades. Segundo Deborah, as apresentações podem se tornar únicas e as montagens vão “se munindo da estrada, do contato com o público, do tempo de maturação”.
Desde a grande estreia, no Rio de Janeiro, em 2021, a bailarina nunca mudou a essência da peça, mas crer que ela por si só se modificou ao longo do tempo. “Não mudei nada, mas acredito que a troca de experiências que temos tido com a platéia vai tornando "Cura" cada vez mais potente”, afirmou.
A encenação traz para o público, por meio dos bailarinos, coreografias humanitárias e sensíveis, demonstrando o crescimento espiritual do ser humano. Para isso se tornar possível, o cenógrafo e diretor de arte Gringo Cardia, colocou em cena duas rampas que darão movimentos aos dançarinos e sensação, por vezes, de desequilíbrio, e caixas que formam muros.
“O muro passa a imagem de um grande obstáculo, mas ele se divide em vários pedaços. Então, é possível atravessá-lo. É como a gente faz nas nossas vidas”, disse Gringo.
Carlinhos Brown foi convidado para compor apenas o tema de Obaluê, mas acabou criando toda a trilha sonora, inclusive, a canção inicial. Na peça, ele conta em português, iorubá e até um aramaico; os bailarinos também cantam, em hebraico e em línguas africanas.
Retorno a Belém é marcado por inspirações
Essa é a primeira vez que as sessões sobre a peça serão apresentadas nos palcos do Theatro da Paz. Para Deborah, retornar a Belém e reencontrar o público, se tornará um momento único e de grandes emoções.
“Estou muito feliz de voltar a uma cidade inspiradora. Adorei as pessoas, a mata, o rio, a cultura, a cidade toda. É a primeira vez que vamos ao Theatro, que acho ser um dos mais bonitos do planeta, coração está batendo forte”, declarou.
Ela revelou que o lugar, rodeado por florestas, fauna e flora, serviu de inspiração para a mais nova criação, a “Sagração”. “Esse lugar foi muito importante nesse processo criativo. Poder voltar será muito”, acrescentou Deborah.
Serviço
CURA | Cia de Dança Deborah Colker
- Local: Theatro da Paz - Avenida da Paz, Praça da República, S/N, Campina, Belém/PA
- Data: Dia 15 de julho (sábado) às 20h; e dia 16 de julho (domingo) às 18h.
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