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Artista plástica Maria José Batista exibe obras na sede da TV Liberal

Projeto realizado em folhas de castanholas é inspirado em máscaras africanas e também faz referência à cultura indígena

Juliana Maia
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Inspirada em máscaras africanas, a artista plástica Maria José Batista está com suas obras expostas em uma sala voltada às artes, localizada na sede da TV Liberal. Os objetos artísticos de Maria fazem parte do projeto "A Força da Face Amazônica" e apresentam referências ao povo da região em obras feitas a partir de folhas da castanhola (Terminalia catappa).

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A ideia, segundo Maria, surgiu durante uma visita a São Paulo, em novembro de 2022, quando viajou para participar da abertura da exposição do 8° Prêmio Artes Tomie Ohtake, no Instituto Tomie Ohtake, da qual foi uma das artistas premiadas. Passeando pelos parques da cidade, a artista ficou impactada ao perceber que o local era diferente do que imaginava e relembrou imediatamente de sua infância.

"Estava andando, entrei em um dos parques e fiquei surpreendida, porque achei que fosse uma cidade sem 'verde', somente prédios. Vi coisas que lembraram a minha infância em Belém, no quintal da casa da minha avó. Fiquei com aquilo na minha cabeça e vi que moro em Belém, na Amazônia e somente em outro lugar que me chamou atenção a flora" explica.

Ao retornar para sua cidade natal, Maria viu folhas de uma castanhola perto de casa e decidiu colhê-las para fazer um experimento. Ela esperou passar três meses para ver o resultado e analisar a forma que as folhas estariam. Segundo a artista, as castanholas, apesar de desidratadas, não estavam quebradiças, nem rasgavam facilmente, então ela decidiu trabalhar em cima do que visualizava.

image Objetos feitos por Maria José, a partir das folhas de castanhola (Foto: Divulgação / Maria José Batista)

"Pensei em fazer uma experimentação em cima dessas folhas. Então surgiu o edital da Fundação Cultural do Pará (FCP) e fiz uma pesquisa em cima dessas folhas. Pensei em usar algo para permeabilizá-las. Usei massa acrílica com cola, para dar uma sustentação, deixando mais resistente. Decidi unir duas folhas e usei um tipo de manta para resultar em um objeto com volume e percebi que ficou em um formato de cabeça, em máscaras", conta.

Depois de ver o resultado do experimento, a artista começou a pesquisar lugares que tinham máscaras como parte da cultura e então se identificou com as africanas. Segundo ela, os objetos são coloridos e super alegres, o que chamou sua atenção. "Comecei a trabalhar, me inspirando nestas máscaras. Dentro dessa pesquisa, estudei sobre o povo quilombola, europeu e indígena e africano. Na minha obra, estas culturas se encontram, resultando na miscigenação presente no povo brasileiro", complementa.

Carreira

Filha do pintor Espandeal Batista, Maria José sempre esteve cercada de arte quando, ainda criança, ficava no ateliê do pai e pintava os objetos que tinham no espaço. Já adulta, ela começou a atuar no campo artístico em 1997, depois de fazer oficinas no Curro Velho com Mestre Nato e atualmente de exposições e projetos culturais dentro e fora do estado, além de ministrar cursos de pintura e desenho.

"Eu pintava as minhas toalhas de mesa e panos de cama, minhas amigas perguntavam onde tinha comprado e eu dizia que eram feitos por mim. Passei a fazer, para elas, sem cobrar. Quando voltei para Belém, meu pai faleceu, e eu pensei que queria dar continuidade à história dele, com a minha arte", diz Maria.

(*Estagiária sob supervisão do Coordenador do Núcleo de Cultura de Oliberal.com, Abílio Dantas)

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