Artista paraense PV Dias leva o tecnobrega para o mundo dos NFTs; conheça
Na plataforma OpenSea, ele apresenta uma série de 10 obras inspiradas na Amazônia
Em um período onde o mundo das artes têm caminhado cada vez mais de perto com o da tecnologia, o NFT segue como assunto quente, principalmente quando se trata de arte digital. O artista paraense Paulo Victor Dias, o PV Dias, resolveu se arriscar nesse mundo recentemente, levando ao universo dos NFTs uma série de trabalhos que têm a Amazônia como centro.
PV Dias, de 27 anos, disponibiliza 10 peças na plataforma OpenSea, que utiliza a criptomoeda ETH (Ethereum) - uma das mais comuns na comercialização de NFTs. As obras de PV trazem em comum o contraste entre desenhos coloridos em 2D, normalmente de pessoas; junto a paisagens reais que fazem parte da história do artista, refletindo um trânsito entre Belém e o Rio de Janeiro.
Entre as obras está uma série que tem o tecnobrega como centro: “Tecnobrega, dancing alone shrugging shoulders” (“Tecnobrega, dançando sozinho tremendo os ombros”); “Tecnobrega, couple dancing between the north and south of Brazil” (“Tecnobrega, casal dançando entre o Norte e Sul do Brasil”); e “TecnoBrega, the dance”. (“TecnoBrega, a dança”).
“São obras que juntei em uma série chamada ‘Movimentos Amazônicos’, onde penso alguns movimentos dentro do território, sejam as danças, brincadeiras, transportes. São 10 trabalhos a partir de intervenções em fotografias e vídeos que faço entre Belém e a região do baixo Tocantins, no Pará. Há passos de tecnobrega, rabeta cortando o rio e histórias repensadas e registradas visualmente dentro de um cenário amazônico, entre prédios e rios”, explica o artista.
Nascido em Belém e morando atualmente no Rio de Janeiro, PV tem no currículo exposições importantes, além de destaque em publicações especializadas em artes. Sobre entrar no mundo dos NFTs - que basicamente apresenta uma possibilidade de comércio de arte dentro de plataformas de blockchain (as mesas das criptomoedas) - o artista fala de seu interesse.
“É uma possibilidade de se trocar ou apresentar um trabalho dentro de uma plataforma digital. Eu tenho obras em diferentes meios, como GIF e realidade aumentada, mas o mundo do NFT se destaca porque agrega ao trabalho um contrato digital de originalidade, o que é uma solução interessante e pode ser rentável”, explica.
O que são, afinal, os NFTs
NFT, sigla para “Non-Fungible Token” (token não-fungível), é uma espécie de produto criptográfico único, incomparável a outro. Ele existe no universo da blockchain, o mesmo das criptomoedas (Bitcoin, Ethereum, etc), mas se difere justamente por ser um produto não-fungível, ao contrário das criptomoedas.
O NFT virou “o assunto” no mundo das artes há cerca de um ano, quando se mostrou uma ótima oportunidade de agregar valor às obras de arte digital, principalmente. O NFT garante uma espécie de certificado de autenticidade a uma obra, como em um cartório.
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O NFT não é ligado exclusivamente às artes. Qualquer coisa pode ser vendida em NFT, desde obras digitais em diversos formatos, itens em jogos virtuais e até mesmo produtos físicos. No caso das artes, os sites que comercializam NTFs funcionam como galerias. Há aqueles bastante exclusivos, com trabalhos de grandes artistas renomados, onde só é possível vender após receber um convite ou passar por curadoria. Mas também há plataformas mais acessíveis.
PV não é o primeiro paraense a vender obras em NFT. Ele mesmo lista outros nomes. “Ao ver uma gama de amigos e artistas que confio bastante aderindo ao modelo, fiquei um pouco mais seguro de entrar. Dentre esses artistas há desde gente que conheço com mais de 30 anos de produção artística, como o fotógrafo Luiz Braga, até novos artistas com uma produção mais recente, como Labō, Jean Petra e Fierce, comercializando na plataforma Foundation”, sintetiza.
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