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Arte Pará 2024: esculturas de Nio Dias e Marcone Moreira refletem traços da Amazônia

No próximo dia 3 de outubro será a abertura do maior projeto de arte da região Norte, que traz como tema: “Um Norte [transcursos – caminhos]”

Bruna Lima
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Os artistas paraenses Nio Dias, 61 anos, e Marcone Moreira, 42 anos, vão apresentar na 41ª edição do Arte Pará peças em escultura que refletem a Amazônia. No próximo dia 3 de outubro será a abertura do maior projeto de arte da região Norte, que traz como tema: “Um Norte [transcursos – caminhos]” com curadoria da artista Nina Matos.

Além dos artistas convidados, a mostra terá uma sala especial para o homenageado do ano, o fotógrafo Luiz Braga. As mostras vão compor os espaços da Casa das Onze Janelas. O Arte Pará 2024 é apresentado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Rouanet, sendo um dos apoiadores mais duradouros da mostra. A realização é da Fundação Romulo Maiorana (FRM).

Este ano, Nio Dias vai apresentar no Arte Pará duas esculturas em aço de nome “Pluvia”. “Estas obras já foram expostas, em 2021, na Galeria Benedito Nunes, na minha quarta exposição individual no período pós pandemia. Acredito que, por esse motivo, a exposição foi pouco visitada”, explica o artista. Esta série “Pluvias” é composta de três esculturas produzidas com uma tiragem de três unidades cada. “Pluvias”, de Nio Dias, é traçado em régua e compasso e remete à chuva e à flora

Atualmente, o artista suspendeu suas produções em função de alguns fatores. A relação de Nio Dias com o Arte Pará começou em 2008 com sete participações. Na versão de 2008 foi premiado com a instalação “Objeto/base-pluviômetro”.

“O Salão Arte Pará tem uma contribuição fundamental para o cenário das artes plásticas e visuais do Pará, Amazônia e Brasil, incentivando, valorizando e premiando artistas, tanto os emergentes como os já com carreira consolidada. Lembro que em 1988, no início da minha carreira como artista plástico, eu participei de trabalhos em xilogravura, tanto aqui como no Salão Paranaense de Arte Contemporânea. Participações que me deixaram feliz, surpreso e que serviu como um forte incentivo. Sou profundamente grato ao convite para participar de mais uma versão de uma amostra de arte tão importante para o cenário das artes”, declara Nio Dias.

Marcone Moreira é um artista de multilinguagem, que produz pintura, objetos, esculturas, vídeo, “acabo produzindo um pouco de cada coisa simultaneamente”, afirma. Marcone juntou centenas de hélices de barcos para compor uma obra que simboliza uma grande sucuri “Como costumo definir e conceituar, estas obras, de concepção abstrato-geométricas que remetem à chuva e à flora, foram desenhadas a régua e compasso, cujo projeto começa com um esboço e depois é definitivamente modelada em ambiente virtual 3D”, acrescenta o artista.

Para esta edição do Arte Pará, ele vai apresentar a escultura de alumínio usada nos motores de barcos da região amazônica. As hélices são estruturadas em um cabo de aço, criando uma forma que remete à estrutura óssea de uma grande sucuri. Por isso o título do trabalho é “Vertebral”.

Marcone participou pela primeira vez do Arte Pará, em 2002, mas foi em 2003 que ganhou o grande prêmio do salão, “desde então decidi não mais concorrer, só tive algumas participações como convidado, como está sendo agora nesta edição”, acrescenta.

Para o artista, a tradição do Arte Pará é um feito raro no Brasil.“Um projeto tão longevo como esse. Nesse período, sem dúvida houve diversas contribuições para a cena regional, apresentando obras de grandes artistas convidados, gerando intercâmbio entre os artistas concorrentes, dando visibilidade para muitas produções locais. Mesmo hoje, em outros tempos, com os diversos meios de comunicação acessíveis, creio que o Arte Pará pode ainda contribuir de forma significativa para nosso panorama artístico, basta saber se reinventar, como vem demonstrando nos últimos anos”, destaca Marcone.

O 41º Salão Arte Pará terá Luiz Braga como artista homenageado da mostra 2024. A homenagem adianta as comemorações de 50 anos de carreira do fotógrafo, no próximo ano. A mostra também será composta por obras de 20 artistas paraenses que atuam em diferentes linguagens e que vão concorrer ao “Prêmio Residência Artística Sertão Negro”, que terá acompanhamento curatorial, ateliê e imersão com artistas residentes.

O Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes fica na Região Norte de Goiânia e tem como proposta ser um quilombo, um espaço artístico--cultural de compartilhamento de processos criativos e vivências junto ao meio ambiente.

Os artistas convidados são: Bárbara Savannah, Dias Júnior, Dumas Seixas, Eder Oliveira, Elza Lima, EvNa, GC, Guy Veloso, Igor Oliveira, Keyla Sobral, Lúcia Gomes, Marcone Moreira, Margalho, Maria José Batista, Melissa Barbery, Nay Jinknss, Nio Dias, Paulo Santos, Rafael Matheus Moreira e Roberta Carvalho.

A mostra deste ano é uma afirmação de um recorte da produção paraense com obras sensíveis às questões coletivas atuais e perenes, que acionarão relações e ampliarão perspectivas de reflexão, relacionadas com a história da arte no Pará, com as visualidades amazônicas, estética, poética, imaginário de nossas vivências ribeirinhas, afetos, complexidades, políticas, desafios, violências e apagamentos, como destaca a curadora Nina Matos.

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