Arnaldo Jabor morreu: conheça os filmes realizados e trajetória de sucesso no cinema
O jornalista e cineasta morreu hoje aos 81 anos após complicações motivadas por um AVC
Morreu na madrugada desta terça-feira (15) o jornalista e cineasta Arnaldo Jabor. Ao longo de 81 anos, teve uma vida marcada por contribuições para a cultura brasileira. Ele gravou sete filmes, escreveu oito livros e foi colunista de ‘O Globo’, ‘Fantástico’, ‘Jornal Nacional’ e ‘Jornal da Globo’. Suas obras foram usadas como inspiração para diversas músicas e manifestações culturais.
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Além de jornalista, Arnaldo Jabor foi roteirista e diretor de cinema. O primeiro sucesso veio em 1967, com o documentário “Opinião Pública”, onde mostrou como o brasileiro vivencia própria realidade. Já o primeiro longa de ficção que Jabor produziu, roteirizou e dirigiu foi “Pindorama”, em 1970.
Assista ao vídeo do primeiro sucesso de Arnaldo Jabor, "Opinião Pública":
No ano seguinte, o mundo pode conhecer o trabalho de Jabor. Ele foi indicado à Palma de Ouro, o maior prêmio do festival de Cannes, na França. A carreira meteórica do cineasta continuou com um dos grandes sucessos de bilheteria do cinema brasileiro: “Toda Nudez Será Castigada”, uma adaptação da peça homônima de Nelson Rodrigues. Por esse filme, Jabor venceu o Urso de Prata no Festival de Berlim em 1973.
O filme conta a história da prostituta Geni, interpretada pela atriz Darlene Glória, com o viúvo Herculano, personagem de Paulo Porto. Algumas fontes indicam que a personagem Geni foi inspiração para Chico Buarque compor a canção 'Geni e o Zepelim' em 1978. Logo em seguida, em 1975, a obra de Nelson Gonçalves continuou inspirando Jabor. O cineasta lançou ''O Casamento'', inspirado no romance do escritor. Ambos os filmes foram premiados no Festival de Gramado, considerado o 'Oscar' brasileiro.
A carreira no cinema continua com a "Trilogia do Apartamento", composta pelos filmes "Tudo bem", "Eu te amo" e "Eu sei que vou te amar". São obras protagonizadas pela classe média em diferentes momentos, com reflexão e discutindo seus problemas individuais em um único espaço: o apartamento. Os três filmes foram muito celebrados e recheados de atuações primorosas.
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O filme "Tudo bem", lançado em 1978, conta com Fernanda Montenegro e Paulo Gracindo no elenco. Além deles, o elenco coadjuvante tem Zezé Mota, Stênio Garcia, Fernando Torres, José Dumont, Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães, entre outros. O longa foi selecionado para ser exibido no Festival de Berlim e na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.
Em seguida, em 1981, o filme ''Eu te amo'', consagrou Paulo César Pereio e Sônia Braga no cinema brasileiro. O filme faz críticas à situação política do país e se passa na década de 70. Retrata o fracasso na economia brasileira e a relação do casal em meio a um apartamento com carreiras profissionais a beira da falência.
Cinco ano depois, Arnaldo Jabor retorno com o filme que deu a Fernanda Torres o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes. “Eu Sei que Vou Te Amar”, de 1986, foi um sucesso do cinema e conta a história de um casal em crise, interpretado por Thales Pan Chacon e Fernanda. O apartamento em que foi gravado o filme foi projetado por Oscar Niemeyer.
Após 26 anos, Arnaldo Jabor realizou o último trabalho no cinema, com "A Suprema Felicidade". Estreou em 29 de outubro de 2010 e foi bem diferente de tudo o que ele já tinha produzido. Com um roteiro melancólico, Jabor colocou reflexões sobre a vida e a busca pela felicidade. O longa é protagonizado por Jayme Matarazzo e Marco Nanini.
(Estagiária Karoline Caldeira, sob supervisão do editor executivo de OLiberal.com, Carlos Fellip)
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