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“Ao Mar”: Animação infantil de paraense sobre o luto estreia em 12 de outubro

O curta-metragem apresenta a história de Duda, que com 8 anos precisa lidar com a morte repentina do pai

Bruno Menezes | Especial para O Liberal
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O paraense San Marcelo, diretor de diversas obras audiovisuais, apresenta no próximo dia 12 de outubro a sua primeira obra de animação. Intitulado “Ao Mar’, o curta metragem conta a história de uma menina de 8 anos, em luto pela morte do pai, que precisará descobrir uma forma de seguir a vida sem ele.

A obra cinematográfica consiste em um desenho 2d, que vai mostrar a vida de Duda e a forma como ela se relaciona com a partida repentina do pai. Abalada pela ausência, a criança se fecha para o mundo, evitando encarar o luto e buscando o acolhimento dentro do barco deixado por seu genitor. Ao seu lado, a protagonista contará com a cadelinha Flora, sua fiel companheira na história.

Em seu trabalho como diretor, San Marcelo já obteve reconhecimento com os curtas-metragens premiados “Benzedeira”, “Em cantos do Gurupi” e “Madá”. ‘Ao Mar’, produzido pela 87 Film, é a sua estreia na animação, uma obra que, segundo o paraense, surgiu de forma inesperada.

“A ideia partiu de uma oficina de roteiro de curta-metragem. O intuito era fazer live-action, mas depois percebi que funciona muito mais como animação...não lembro o que me motivou a escrever esta história da forma que se estabeleceu como se vê o roteiro hoje, porém a ideia de ser órfão de pais presentes, que não é o meu caso, é bem forte nesse contexto, é como se os pais existissem ali, mas fossem uma idealização da criança”, explica o diretor.

image O diretor San Marcelo busca provocar impacto e diversos sentimentos nos espectadores da animação (Foto: Divulgação)

O diretor destaca que a escolha pela animação casou melhor com a ideia do projeto, uma vez que a obra trabalha o lado lúdico e imaginativo da criança.

“O universo que trabalha a com criança é mais complicado, porque pra chegar naquilo que você quer, adaptações são necessárias. Ele é um filme dramático, mas tem pegadas do lado fantástico, de efeitos de visuais, e a ideia da estética é não ser realista. As cores, a folha, os traços não são tão perfeitos, o que garantem uma identidade visual única à obra”, salienta San Marcelo.

A mãe de Duda, interpretada pela voz de Maria de Lourdes Nascimento, também é uma personagem importante no curta e representa o lado antagonista do enredo, uma vez que ela tenta confrontar os sentimentos da filha. Na tentativa de fazer a filha seguir em frente, ela decide vender o barco do ex-marido, o que afeta diretamente sua relação com Duda, colocando os sentimentos das duas em conflito.

“A mãe é uma espécie de antagonista, pois busca sempre a filha pra realidade, porém, também é uma personagem que busca recuperar a filha e superar a ausência do esposo. Duda ao final, junto da mãe, buscam retomar a rotina, entendendo que o pai não voltará mais”, relata o paraense.

O diretor afirma que um dos desafios da produção foi encontrar as vozes certas para interpretar os personagens, um trabalho que, segundo ele, foi concluído com sucesso

“Acho que o maior desafio do curta foi encontrar as vozes dos personagens. [...] Não tivemos uma busca muito grande, foi mais uma procura interna mesmo, dentre as pessoas que conhecíamos”, expressa o diretor, que não utilizou atores e optou por pessoas próximas da produção, incluindo Duda, que é interpretada por Ana Carolinne Silva, de 8 anos.

San Marcelo acrescenta que busca impactar as pessoas com a obra, deixando em aberto os sentimentos e interpretações que cada um irá sentir ao assistir à animação.

“Sempre quis fazer cinema e percebi que eu precisava internalizar aquilo que eu queria mostrar, algo que iria tocar as pessoas e esse filme parte dessa premissa. A primeira vez que passei por algo de luto foi em 2022, isso me tocou, esse silêncio, essa fuga pra lidar com o luto, imagine para uma criança que não entende o que é isso exatamente. Com o filme eu não quero deixar uma mensagem fechada, fixa, eu quero provocar de alguma forma, seja emoção, riso, raiva, irritabilidade, ou deixar alguma dúvida, não quero passar indiferente, essa é a ideia do filme, e a interpretação fica a cargo de quem vê”, conclui o diretor.

O curta-metragem ‘Ao Mar’ é marcado pela animação de Eliezer França e a trilha sonora de Renan Marcell. A produção executiva é de Maria de Lourdes Nascimento e Cecília Nascimento, e a obra ainda conta com uma canção original de Judite Nascimento.

A primeira exibição da obra audiovisual acontece no dia 12 de outubro, no município de Bragança, no Pará.

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Cultura
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