Antonio Raiol ganha busto na Academia Paraense de Letras

O escritor, político e jurista foi fundador da APL e um dos nomes relevantes da história do Pará.

Enize Vidigal
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O escritor Domingos Antônio Raiol, o Barão de Guajará, um dos líderes intelectuais da Cabanagem, fundador da Academia Paraense de Letras (APL) e do Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP), ganha uma homenagem à altura nesta quinta-feira, 27, quando se completam 110 de sua morte. A APL inaugura um busto do intelectual nos jardins da instituição, às 19h, em solenidade para a qual são esperados o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, e o secretário estadual de Cultura, Bruno Chagas.

Este ano, a Academia Paraense de Letras completou 122 anos. Os acadêmicos resolveram resgatar a imagem do fundador e primeiro presidente, que teve o título de nobreza concedido por Dom Pedro II. Esta é a segunda homenagem recente da APL ao escritor. Em setembro deste ano, o plenário da instituição decidiu dar o nome de Antônio Raiol ao Salão Nobre da academia, que ficou registrado em placa de bronze, enquanto o retrato do fundador ganhou destaque em quadro colocado em relevo no salão da academia.

“Homenagear Antônio Raiol é uma maneira de fincarmos a nossa raiz institucional como órgão de cultura cultuando os grandes vultos da cultura do estado. O Barão de Guajará, nesse cenário cultural, é um nome que, a despeito de ter sido esquecido, tem um destaque no estado todo”, afirma o presidente da APL, professor Ivanildo Alves. “Ele foi um dos mais destacados historiadores e escritores do Império”, acrescenta.

O busto foi confeccionado pelo artista plástico castanhalense Antonio José Rabelo Fontenele, que reproduziu uma fotografia de Antônio Raiol de forma fidedigna.

História

Nascido em 3 de maio de 1830 na cidade de Vigia, Nordeste do Pará, Antônio Raiol era formado em Direito. “Ele também foi historiador, escritor e político, com mandatos de deputado provincial e deputado geral (deputado federal), e foi nomeado por Dom Pedro como presidente (governador) das províncias de São Paulo, Ceará e Alagoas”, narra Ivanildo.

O livro mais famoso da carreira de Antônio Raiol foi “Motins Políticos ou História dos Principais Acontecimentos Políticos da Província do Pará desde o Ano de 1821 até 1835”. A obra considerada uma das mais relevantes da história do Pará, foi originalmente publicado em cinco volumes e, nos anos 70, foi reeditada pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Nesse livro, ele descreve fatos relativos à Cabanagem, como o ataque feito pelos cabanos à cidade de Vigia, em 1835, onde assassinaram todos os integrantes da Câmara Municipal, inclusive o pai do próprio autor, Pedro Raiol.

Antônio Raiol faleceu em 27 de outubro de 1912, em Belém, aos 82 anos. O corpo está enterrado no cemitério de Santa Izabel.

Inauguração

O busto de Domingos Antônio Raiol está instalado em um pedestal no jardim da Academia Paraense de Letras. A inauguração será nesta quinta-feira, 27, às 19h, logo após uma sessão especial da instituição, que contará com a apresentação do tenor Heitor Ivanildo e também do violonista Salomão Habib, que é membro da APL. Na sequência, haverá recital de poemas autorais com Sarah Rodrigues, Wilson Malheiros, Zenaldo Coutinho e Edy-lamar Oliveira, que também são acadêmicos da instituição.

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