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Altino Pimenta completa 101 anos de nascimento

Comumente chamado de maestro, o músico é reconhecido como um dos maiores compositores da música erudita no Pará.

Enize Vidigal O Liberal

O professor, pianista e compositor paraense Altino Pimenta completaria 101 anos na última segunda-feira, 3, se estivesse vivo. Um grupo de professores da Escola de Música da Universidade Federal do Pará (UFPA) - instituição que foi dirigida por ele entre os anos 1973 e 1981 – organiza uma série de lançamentos com o objetivo de homenagear e democratizar o acesso à obra do artista, que inspirou gerações. Ele faleceu em 2003.

O Projeto Centenário Altino Pimenta, que foi prejudicado pela pandemia no ano passado, visa o lançamento inédito de dois livros em meio digital com partituras do pianista, um vídeo documentário, um álbum e um concerto com peças de Altino Pimenta gravado em vídeo. O projeto é conduzido pela Escola de Música em parceria com a Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), sob a coordenação do professor e pianista Rômulo Queiroz. A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), divulgou também que fará a reforma do ginásio esportivo que leva o nome do músico.

“Temos a pretensão de lançar a obra completa do professor Altino Pimenta em partituras. Ele compôs cerca de 100 músicas, entre obras para piano solo, para canto e piano e para música de câmara sempre tendo o piano e outro instrumento”, conta Rômulo. “É um estudo de reedição musical que busca facilitar a divulgação da obra dele e abrir novas possibilidades de interpretação. A gente quer que a obra dele seja revisitada e exibida pelo mundo”. O objetivo é lançar as ações do projeto ao longo de 2022.

Nascido em 3 de janeiro de 1921, Altino Pimenta iniciou o estudo de piano em Belém e se aprimorou no Rio de Janeiro. Ganhou bolsa de estudos em Londres, em 1940, mas desistiu com o início da 2ª Guerra Mundial. Além de lecionar, tocou em rádios, televisão, cinema, bares. restaurantes e casas de show no Rio, em São Paulo e Minas Gerais. Abriu um conservatório de música em Macapá. Chamado de volta ao Pará pelo governador Aloysio Chaves, assumiu a direção do antigo Serviço de Atividades Musicais (SAM), da UFPA, que antecedeu a Escola de Música. Aposentado, recebeu o título Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde lecionou. Ele também deixou uma ópera incompleta intitulada “Confederação dos Tamoios”, sobre a batalha dos indígenas contra os portugueses em Cabo Frio, no Rio. As informações acima são de Rômulo Queiroz, autor da dissertação sobre Altino Pimenta.

 “Após se aposentar, ele se dedicou a compor e a divulgar a obra dele. Fez concertos em vários estados, nos Estados Unidos e na Europa”, recorda a professora e pianista Gabriella Affonso, ex-aluna dele. “Ele teve a influência dos compositores como Chopin e Mozart e também do jazz, sempre usando os temas da Amazônia na letra, como nas canções ‘Floresta Adormecida’, ‘Noturno do Igarapé’ e ‘Prelúdio de uma árvore caída’”, completa. Rômulo acrescenta os sucessos de “Estrela”, “Chora Coração”, “Bela Morena”, as quatro “Valsas para Belém” e “Balada para o Grande Rio”.

 Nos anos 90, Altino lançou um LP na coleção “Nos Originais” de compositores paraenses, pela UFPA; um CD pela Fumbel em parceria com a Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, intitulado “A Música de Altino Pimenta”; e outro CD pelo selo Uirapuru, pela Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Secult). “Ele é considerado um compositor regionalista, mas com aspecto nacionalista. A música dele soa como Villa-Lobos e Waldemar Henrique”, compara Rômulo.

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Cultura
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