Allyster Fagundes apresenta seu eu sereia e drag queen em exposição 'Revérbero'

Mostra solo ocupa a Galeria Theodoro Braga até janeiro

Lucas Costa
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O mito secular das sereias atravessado pelo conceito de drags Themônias, está no trabalho do artista Allyster Fagundes, que tem sua primeira exposição solo ocupando a Galeria Theodoro Braga (Centur), até o dia 3 de janeiro de 2021. A mostra “Revérbero” tem curadoria de Orlando Maneschy, e o horário de visitação é das 10h às 16h.

A exposição é composta por uma série de vídeo-performances, fotografias, pinturas e de um acervo de objetos pessoais. O projeto é um dos resultados da pesquisa de mestrado do artista, intitulada "O caminho que me fez chegar ao 'Eu Drag'", voltada às descobertas vivenciadas na criação da sua drag queen, homônima.

Com sua primeira exposição solo, Allyster diz se sentir realizado. Falando do mestrado, ele conta ter sido uma vivência em que seu processo criativo passou por muitas mudanças desde o início. A ideia de Allyster era terminar o mestrado com um segundo documentário, já que sua primeira pesquisa sobre as Themônias, como são chamadas as drags do coletivo Noite Suja, em Belém, também resultou em uma produção audiovisual.

“Eu comecei a fazer vídeo-performances, experimentações fotográficas, e comecei numa reflexão sobre o que é esse eu. Dentro da pesquisa crio um termo que é o ‘eu drag’, um mapeamento particular sobre essa própria eu drag queen”, explica Allyster, que detalha a mostra.

“O que as pessoas vão encontrar nessa galeria é um convite para conhecer meu universo particular, minha individualidade, minha construção drag. E tem várias referências, sou uma drag amazônida, e me aproprio muito disso, sou muito influenciada por mitologia, por encantarias. Minha drag é uma sereia, e eu trago isso e expresso esteticamente, com mais referências que são mais nostálgicas. Trago um acervo de objetos antigos que coleciono, e que ganham um significado dentro dessa pesquisa”, descreve.

Para Allyster, a exposição representa um marco para a comunidade drag belenense e demonstra que a arte drag pode estar além dos palcos e casas de show. “Ter drags que produzam conhecimento científico sobre elas mesmas é fundamental, para que no futuro, as novas gerações conheçam de fato quem nós somos, pelo nosso olhar. Eu me descobri drag produzindo e estudando esse movimento artístico, e hoje me sinto no dever de ocupar cada vez mais espaços ditos não convencionais, levando conhecimento sobre a arte drag”, diz o artista.

Com a curadoria do artista paraense Orlando Maneschy, “Revérbero” apresenta uma construção aliada a identidade de Allyster. “A instalação é uma delicada ode às ilhas que o compõem, rica em detalhes e atmosferas sofisticadas. É a arte como pesquisa que chega ao público com o frescor da brisa marinha e a força dos corpos que clamam por seu lugar de existência”, declara o curador.

"Revérbero" conquistou o primeiro lugar no “Prêmio Branco de Melo - Apoio a Produção Artística", programa de incentivo à arte e à cultura da Fundação Cultural do Pará. O edital premiou 7 projetos com 5 mil reais, isenção no valor do aluguel da galeria e suporte de equipamentos técnicos básicos para a exposição.

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