COP 27: Ministério da Agricultura e Reino Unido fecham parceria para agricultura na Amazônia
Pará, Amazonas e Rondônia serão beneficiados com o Projeto Rural Sustentável – Amazônia, que terá investimentos da ordem de R$ 50 milhões
Durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 27, que acontece em Sharm El-Sheikh, no Egito, foi firmada parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Governo do Reino Unido para o Projeto Rural Sustentável – Amazônia (PRS – Amazônia), voltado ao incentivo da agricultura de baixa emissão de carbono. Durante quatro anos, segundo o Mapa, o projeto atuará em áreas do Pará, Amazonas e Rondônia, apoiando cadeias produtivas sustentáveis, como o açaí, cacau, castanha-do-Pará pirarucu e outras espécies de peixes amazônicos e café.
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Os investimentos previstos são da ordem de R$ 50 milhões e serão executados através do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). As cadeias produtivas contemplam cerca de 6 mil hectares de terra manejados de forma sustentável, 1.500 pequenos produtores e extrativistas e 600 famílias que vão adotar práticas agrícolas de baixa emissão de carbono.
Para o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Mapa, Cleber Soares, o projeto é a operacionalização do Plano ABC + no bioma amazônico. “O PRS-Amazônia é um projeto que visa levar o desenvolvimento rural sustentável para a região amazônica, promovendo cadeias produtivas cada vez mais mais sustentáveis e, consequentemente, descarbonizantes. E, de certa forma, também contribui para reduzirmos a pressão pelo desmatamento na região amazônica, esse bioma tão importante para todo o mundo, não só para o Brasil”, avalia.
David Saddington, Head of Sustainable Supply Chains, na International Forest Unit, do Governo do Reino Unido, destacou o grande impacto que será gerado não só pelo PRS - Amazônia, mas por todo o Programa Rural Sustentável, com aumento de renda de até 25%. “Benefícios combinados da Fase I e II vão apoiar o planeta até 2025, evitando o desmatamento, reduzindo as emissões de Gases de Efeito Estufa e, claro, beneficiando 35 mil pessoas”. E completou destacando que "essa é a COP da implementação. E é um sinal fantástico de como o recurso está chegando na ponta, nos produtores, que também estão sendo envolvidos nesta transição sustentável”. As falas foram seguidas por Esperanza Gonzales, especialista setorial do BID, e Alejandro Muñoz, Diretor de Internacionalização do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade, o IABS, instituição responsável pela execução do PRS - Amazônia.
Para o secretário de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida, o PRS - Amazônia sinergia com as outras ações que já existem no território do Pará. O Secretário de Estado de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia, Marco Antonio Ribeiro de Menezes Lagos, ressaltou que a agricultura de baixo carbono ajuda a manter a segurança alimentar. “Também tem papel no respeito às cadeias produtivas tradicionais e na melhora de novas cadeias produtivas, para que sejam sustentáveis, servindo à população como um todo a que vai produzir e a que vai consumir esse produto”.
Produção de açaí e cacau no Pará entram no programa
Açaí e cacau no estado do Pará; castanha-do-Pará e pirarucu (de manejo) no Amazonas; café e peixes redondos em Rondônia: o Projeto Rural Sustentável – Amazônia atuará em seis cadeias produtivas priorizadas de produtos amazônicos, em três estados brasileiros. As ações são voltadas ao fortalecimento dessas cadeias produtivas, à promoção de marcas amazônicas, à inserção de mercado dos produtos, à assistência técnica e extensão rural, à capacitação, além do fortalecimento e nucleação executiva de ações a partir de coletivos de pequenos produtores e extrativistas: as Organizações Socioprodutivas (OSPs).
As cadeias serão trabalhadas de forma integrada e interligada, sendo consideradas desde o cultivo e/ou extração até a sua comercialização. O PRS – Amazônia possui foco em sistemas e tecnologias de produção sustentáveis que priorizam a natureza e a substituição de práticas associadas ao desmatamento, além do fortalecimento das organizações de produtores(as) e extrativas para facilitar o acesso a mercados, informações e serviços, demonstrando o valor da proteção e restauração do bioma. As ações envolvendo as OSPs terão um olhar mais específico para as organizações compostas, em sua maioria, por comunidades tradicionais, povos indígenas e mulheres.
O Projeto também oferecerá um rol de ações formativas, que vão desde o Ensino a Distância, passando por Dias de Campo, cursos presenciais, ações de empoderamento social e Mestrado Profissional: tudo especialmente desenhado para as características da Amazônia e de práticas de baixa emissão de carbono.
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