Jornalistas nacionais e internacionais destacam o Pará como polo do turismo sustentável na Amazônia
Mais de 150 comunicadores participam de evento sobre sustentabilidade nas atividades turísticas no Estado

A Amazônia, que abriga a maior biodiversidade do planeta, é reconhecida mundialmente como um celeiro natural do turismo sustentável. Apesar desse potencial histórico, apenas agora, com a aproximação da COP 30, começa a se consolidar um movimento mais forte em prol da sustentabilidade nas atividades turísticas na região.
Com o intuito de conhecer melhor as rotas do turismo no Pará, mais de 150 jornalistas e comunicadores de turismo do Brasil e da América do Sul, Portugal e Espanha estarão com os olhos voltados para o estado que sediará a conferência climática em novembro deste ano. Belém foi escolhida para sediar o II Congresso Nacional da FEBTUR (Federação Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Turismo), ocorrerá no período de 10 a 15 de junho próximo. As inscrições estão abertas para participação no evento.
Sob o tema "Sustentabilidade também se faz com informação", o evento será mais do que um congresso. Se propõe a ser uma plataforma de formação, articulação, troca de experiências e afirmação de compromissos com o turismo responsável, ético e comprometido com o desenvolvimento sustentável da Amazônia e do Brasil.
O evento tem apoio do Ministério do Turismo, do governo do Pará, através das Secretarias de Cultura (Secult), Comunicação (Secom) e Turismo (Setur), Sebrae, Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fecomercio e Sudam.
Belém na vanguarda do turismo sustentável
O ano de 2025 marcará um momento histórico para Belém com a realização da COP 30. Antecipando essa agenda global, o Congresso da FEBTUR surge como um importante aquecimento, colocando o Pará no centro das discussões sobre turismo, meio ambiente, comunicação e justiça climática.
Com uma programação ampla e estratégica, o evento irá reunir oficinas temáticas, painéis de debate, palestras com especialistas, exposições culturais e experiências imersivas. A proposta é apresentar ao mundo as potencialidades e a força da região Norte, destacando não apenas suas paisagens naturais, mas também práticas inovadoras que integram tradição, tecnologia e responsabilidade socioambiental.
Jornalistas irão fazer imersão no turismo do Pará em cenários únicos no mundo
Um dos destaques do congresso será a vivência prática do turismo amazônico, com visitas técnicas a destinos emblemáticos do Pará, como Belém continental e insular, Bragança e Augusto Corrêa. Os participantes terão a oportunidade de conhecer de perto experiências de turismo comunitário, saborear a gastronomia regional, vivenciar manifestações culturais e explorar iniciativas voltadas à conservação ambiental.
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“Essas experiências têm o objetivo de sensibilizar os participantes e mostrar que o turismo não é apenas uma atividade econômica, mas um poderoso instrumento de inclusão, empoderamento e transformação”, afirma presidente da Febtur/Pará, jornalista Christina Hayne.
Turismo da Amazônia como modelo
A Amazônia será o eixo central das discussões no Congresso da FEBTUR. O evento propõe reflexões e a construção de soluções para incentivar um turismo sustentável, inclusivo e integrador, com respeito aos povos originários, às comunidades ribeirinhas, à biodiversidade e aos saberes ancestrais.
Mais do que explorar a natureza, a proposta é valorizar as vivências, os modos de vida, a cultura e a hospitalidade das populações locais, reforçando que o turismo pode e deve ser um aliado da preservação ambiental e da justiça social.
Christina Hayne afirma que o evento vai proporcionar aos jornalistas uma vivência na Amazônia, que muitos ainda não conhecem. “Esses jornalistas vão gerar conteúdos e divulgar os destinos, não apenas para o Brasil, mas para o mundo. Isso vai ser impulsionado mais ainda pela realização da COP 30 em Belém”, analisa a presidente da Febtur.
A jornalista destaca que esta é uma oportunidade para que os profissionais da imprensa compreendam a transformação pela qual passa a indústria do turismo em escala global. “Vamos trazer esse debate para a Amazônia e mostrar que podemos promover o desenvolvimento de um turismo rentável, mas, com sustentabilidade, respeitando o meio ambiente, os povos, sua diversidade e sua cultura”, afirma.
Comunicação como ferramenta de transformação no turismo
Em tempos de desinformação, negacionismo e proliferação de fake news, o II Congresso Nacional da FEBTUR, também se propõe a discutir o papel essencial dos jornalistas e comunicadores como agentes de transformação social. Afinal, a sustentabilidade também passa pelo modo como as histórias são contadas, pelos dados que circulam e pelas narrativas que se constroem.
Por isso, o evento reunirá quase duas dezenas de palestrantes e especialistas, que vão compartilhar experiências de sucesso, boas práticas, pesquisas e propostas concretas de atuação na interface entre turismo, comunicação e meio ambiente. A ideia é que o congresso seja um marco na consolidação de uma comunicação mais ética, sensível e alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
O presidente da Febtur nacional, o jornalista baiano Gorgônio Loureiro, afirma que será uma experiência única. “No momento em que vivemos a expectativa pela COP 30, é muito gratificante para nós, comunicadores e jornalistas de turismo, abordar previamente os temas que serão debatidos na Conferência do Clima da ONU. Vamos tratar da sustentabilidade na indústria do turismo, da inclusão e da preservação ambiental. Será o melhor congresso que a Febtur já realizou”, afirma o jornalista.
ONU vê turismo sustentável como chave para o desenvolvimento global
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera o turismo sustentável uma ferramenta estratégica para impulsionar o desenvolvimento global e preservar a biodiversidade, especialmente em regiões sensíveis como a Amazônia. Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), agência especializada da ONU, o setor deve atuar diretamente na promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), gerando benefícios econômicos, sociais e ambientais.
O turismo sustentável, de acordo com a OMT, precisa utilizar os recursos naturais de forma responsável, respeitar a autenticidade sociocultural das comunidades locais e garantir a viabilidade econômica a longo prazo. Esses princípios devem orientar todas as fases dos empreendimentos turísticos, da concepção à operação.
Para fortalecer essa abordagem, a ONU lançou iniciativas como a "Agenda 2030 para o Turismo Sustentável" e a plataforma "Tourism for SDGs", que orientam políticas públicas e projetos privados ao redor do mundo. A organização também reforça a necessidade de medidas de adaptação climática no setor turístico, alertando que destinos vulneráveis, como a floresta amazônica, devem ser priorizados nas estratégias de proteção e promoção do turismo sustentável.
Nos últimos anos, a Amazônia passou a ocupar um espaço estratégico nas discussões internacionais sobre turismo e sustentabilidade. A OMT e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) defendem que a região seja tratada não apenas como destino turístico, mas como território para ações regenerativas que fortaleçam a conservação ambiental e os modos de vida das populações tradicionais.
Com a realização da COP 30 em Belém, prevista para novembro de 2025, cresce a expectativa de que a Amazônia se consolide no cenário mundial como exemplo de turismo sustentável, alinhado às metas globais de preservação ambiental e justiça social.
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