Diretor do Museu Emílio Goeldi detalha mais de 8 reformas que serão feitas para a COP 30

Dr. Nilson Gabas Júnior conversou com o Grupo Liberal e explicou como serão feitas as obras e o valor que custará

Amanda Martins

Belém foi escolhida para sediar a reunião da cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 30, encontro internacional que está agendado para ocorrer no ano de 2025. Cerca de dois anos antes, os preparativos para o evento, que ocorre a primeira vez em solo brasileiro, já estão à todo vapor. O Museu Paraense Emílio Goeldi recebeu uma Liberação de Recursos em preparação ao evento, na última semana. O repasse para obras emergenciais é de R$ 2 milhões vindos da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação, a pedido do deputado Raimundo Santos (PSD-PA).

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Para detalhar quais serão as prioridades, a Instituição realizou na última sexta-feira (2), uma coletiva de imprensa onde mostrou o plano. Segundo o diretor, Nilson Gabas Júnior, estão nos planos fazer investimentos nas pesquisas, manutenções na estrutura do parque zoobotânico, autorização para concurso público e revitalização dos prédios históricos. A previsão, de acordo com o diretor do Museu, é que o início das obras ocorra “quase de imediato” e que vão ser feitas licitações para as reformas maiores.

image Dr. Nilson Gabas Júnior conversou com o Grupo Liberal e explicou como serão feitas as obras para que Belém, escolhida para sediar a reunião da cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 30, em 2025, possa se preparar (Thiago Gomes / O Liberal)

Em entrevista ao Grupo Liberal, Gabas detalhou como os recursos serão usados. O diretor explicou que a prioridade foi dada, primeiramente, a construção de um Centro de Campo de Pesquisa, mas o orçamento próprio, voltado para atender os pesquisadores e bolsistas. Lá, eles poderão ter um refeitório “adequado para atender 200 pessoas por dia”. 

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“A segunda ação foi a partir [de um pedido] da ministra Luciana Santos. O Museu Emílio Goeldi vai ser sede do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação durante a realização da COP 30. Vamos revitalizar um dos prédios históricos que é da diretoria”, explicou Gabas, acrescentando que será feito com recurso próprio e custará R$ 600 mil.

A substituição do piso do passadiço da calçada - feita com pedras portuguesas - deve custar R$ 350 mil. “Estamos buscando adequar para o público que não tem um tipo de movimentação mais tranquila e tem dificuldade”, disse o diretor que deseja tornar o espaço mais acessível a pessoas com dificuldade locomotoras. 

Projetos que pesquisa também estão em foco

Gabas pontuou que projetos de pesquisa vão receber investimentos. Segundo ele, serão investidos cerca de R$ 5 milhões distribuídos em dois projetos de pesquisa. Um deles, inclusive, vira monitorar a concessão florestal. 

“O governo do Estado através da Semas concede espaço para que haja exploração madeireira, mas ninguém sabe exatamente qual o impacto dessa exploração na unidade de conservação”, explicou o diretor sobre a problemática.

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Os pesquisadores do Emílio Goeldi vão trabalhar buscando entender ao longo de três anos quais são os impactos do serviço e do ecossistema na Região. Mesmo buscando incentivos, o diretor da Instituição relata desafios quanto às "condições" e falta de verbas para apoiar os pesquisadores.

"Às vezes eu não tenho condições de incitar pesquisadores, apoiar pesquisadores, não consigo induzir para o campo", disse, complementando que para mudar essa realidade irá assinar um acordo de cooperação com Comando de Militar do Norte (CMN).

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“É importante a cooperação deles porque eles têm a infraestrutura adequada, logística adequada, onde nós seremos humanos não conseguimos entrar”, acrescentou Gabas. Outro ponto destacado pelo direito é a pretensão de trazer outros animais para o Museu.

Quanto aos cuidados com os bichos que vivem no parque zoobotânico, serão destinados para a reforma dos viveiros das onças (R$ 300 mil); pirarucu (R$ 250 mil);  ariranhas (R$ 304.150,31 ); e macacos (R$ 268,732,26). Além da recuperação da ponte das Aves Brejeiras, que irá sair no orçamento de R$ 174,672,93.

image (Fábio Costa / Arquivo O Liberal)

Também estão em pauta a reforma do Espaço Educativo Raízes estimado em R$ 500 mil;  e a revitalização do muro, grades e portões no valor de R$ 241.761,96. 

Reformas de prédios históricos 

O diretor informou que três prédios históricos, incluindo o Prédio Domingos Soares Ferreira Penna, o Rocinha, serão reformados. “Estamos finalizando as tratativas com a ministra Luciana Santos, que virá em Belém para fazer o anúncio da finalização”, disse.

Já a reforma do Prédio do Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, sairá no valor de R$ 5.800, mas Gabas adiantou que está buscando emenda parlamentar,  contando com o apoio do Ministério das Cidades em parceria com a Prefeitura de no Projeto Corredor Cultural da Cidade.

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“Estou sensibilizando a Prefeitura para podermos entrar em projeto de revitalização do Mercado de Brás, para que no âmbito da COP 30, a gente tenha revitalizado nosso escritório Alexandre Rodrigues Ferreira. Quero transformá-lo em um mini hangar para receber comitivas pequenas para tratativas na visão da cúpula”, compartilhou o diretor do Museu. 

Por que é tão importante a reforma do Goeldi?

Gabas destacou que a revitalização do parque zoobotânico se tornou importante por embelezar o espaço, tornando-o mais atrativo “turisticamente”, aumentando a visitação dos turistas que estarão em Belém durante a COP 30.

Mas, muito mais do que apenas deixar o Museu mais bonito, o diretor do espaço chama atenção para as temáticas que são tratadas durante a cúpula.

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Ele afirmou que em termos gerais, já se sabe o que será discutido, mas em específicos ainda não. Isso porque, há muito o que acontecer até 2025, mas adianta: “Botânica vai ser fundamental apontando métodos de reflorestamento, degradação ambiental”.

De acordo com Gabas, não será nada fácil, porém, torna-se essencial discutir sobre questões climáticas, principalmente “o mundo caminha para um ponto de quase não retorno”.

“Se a gente não fizer alguma coisa, a gente não consegue dizer que os nossos filhos, os nossos netos, que planeta nós vamos deixar.  Ou a gente faz alguma coisa agora. Belém vai estar no centro das discussões, o que for definido aqui, vai ser definido o futuro do planeta”, declarou.

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