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Contra todas as previsões, secretário de Lula fala da capacidade de Belém em realizar a COP 30

Valter Correia descartou as especulações sobre a divisão do evento com outras cidades

Kamila Murakami
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Nunca houve essa possibilidade, afirma o secretário extraordinário da 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP 30), Valter Correia da Silva, sobre as especulações de que o evento, que acontece daqui a pouco mais de um ano em Belém, precisaria ser dividido com outras cidades para evitar transtornos na capital paraense. Ainda segundo o secretário, apesar das dificuldades para preparar a cidade, o país “vai dar conta”.

Valter Correia foi incisivo ao pontuar que não haverá divisões e que isso sequer foi uma possibilidade.

“A COP foi pensada desde o começo na Amazônia. O simbolismo daquele local é grande. O presidente [Lula] sempre cravou que seria tudo em Belém e vai ser. Sair de lá e fazer outra parte no Rio ou em São Paulo seria maluquice. Não faremos isso”, completa o secretário extraordinário da COP 30.

As declarações de Correia aconteceram durante entrevista ao Estadão, na qual ele se restringiu a falar sobre assuntos relacionados à logística do evento. Apesar das dificuldades estruturais da metrópole amazônica, o secretário não poupou elogios à capital paraense. “Belém é uma cidade maravilhosa. É muito rica em cultura, tradições e culinária. Tem um pouco de fragilidade, obviamente, com infraestrutura. A gente tem feito bastante para fazer com que as coisas funcionem bem”, comenta.

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Um dos principais desafios para a realização do maior evento climático do mundo em Belém é a disponibilidade de vagas na rede hoteleira, uma vez que são esperadas cerca de 150 lideranças internacionais. Algumas das estratégias para suprir a alta demanda que a cidade vai receber, segundo o secretário, serão a construção de barracas climatizadas, a ampliação no número de hotéis e as obras para a ancoragem de navios no Rio Guamá.

“Pouquíssimas capitais no Brasil estão em condições de receber um evento desse sem ter de fazer grandes obras. São Paulo, Rio e Brasília [teriam condições]. O resto todo teria de trabalhar muito para viabilizar esse evento, que é grande, do ponto de vista de pessoas aqui discutindo, de delegações. Estamos esperando de 140 a 150 chefes de Estado. Não tivemos nenhum evento no Brasil que comportasse esse número. Obviamente, temos de preparar uma série de coisas para não causar ruído ao País ou para a própria organização do evento”, diz.

Ampliação na rede hoteleira

Entre as ações apontadas por Valter está o financiamento para toda a rede hoteleira, com o baixo custo de aproximadamente 3,5% ao ano, por meio do Fundo Geral do Turismo (Fungetur) – que é vinculado ao Ministério do Turismo. O recurso deve ser utilizado para melhorar a estrutura e qualificar o ambiente para receber os hóspedes. O secretário citou, ainda, as obras que já estão em andamento, como o prédio da Receita Federal que irá se transformar em um hotel de luxo, os galpões no porto e um hotel modular ao lado do Hangar com 500 quartos cinco estrelas.

Outra estratégia serão as unidades do Ministério da Defesa, que já estão em fase de reforma e irão servir de alojamento para quem faz parte de um público “menos exigente”. No entanto, até o momento não foi determinado se essas barracas climatizadas serão taxadas, já que se tratam de acomodações do governo. Após o evento, as barracas serão utilizadas como abrigo para situações emergenciais, como a catástrofe no Rio Grande do Sul.

image Belém vai receber investimentos para a COP 30 (Foto: Tarso Sarraf / O Liberal)

O incentivo às plataformas de locação temporária de residência também faz parte do planejamento para o evento. De acordo com o secretário, já houve um crescimento no número de imóveis disponíveis para locação por temporada, que saiu de aproximadamente 600 para quase 3,5 mil. “Estamos incentivando principalmente os condomínios, que têm muita resistência em deixar fazer locação temporária por questão de segurança. Mas estamos conseguindo convencê-los que Belém será uma das cidades mais seguras do mundo nesse período. Só de segurança para chefe de Estado será uma aberração”, destaca Correia.

O Círio de Nazaré, que atrai milhares de fiéis todos os anos, foi utilizado para exemplificar a capacidade estrutural da cidade em acomodar um grande número de pessoas. A diferença, segundo Valter, é que para o festejo religioso os turistas costumam se abrigar em casa de familiares e similares, o que contribui para a cidade não colapsar. A partir da COP, o Governo espera deixar a cidade preparada para receber eventos de grandes proporções.

Infraestrutura 

Uma das obras mais importantes é a dragagem do Rio Guamá para permitir que navios de grande porte possam ancorar na cidade. A previsão é que toda obra – incluindo a carta náutica – seja entregue até setembro de 2025. Com a dragagem, a capital paraense terá capacidade de receber dois transatlânticos com uma média de até 6 mil pessoas.

Os transatlânticos para cruzeiros também irão funcionar como opção de hospedagem, para isso está sendo desenvolvido um modelo para contratação das operadoras que contratam os navios. “São empresas que fretam o navio e depois vendem as cabines e as diárias. Só estamos acertando a forma contratual, provavelmente a gente deve utilizar a Embratur para esse trabalho, que já tem expertise nisso, já conhece todas as operadoras”, diz o secretário.

Outra preocupação quanto à realização da conferência é a situação da limpeza urbana em Belém. Sobre esse tema, Correia disse que está em diálogo constante com a prefeitura e o governo do Estado, que pretende ajudar na zeladoria para manter a cidade em condições de limpeza e habitabilidade. “Já estão terminando o Mercado São Brás, devem entregar até o fim do ano. Tem várias obras que estão se iniciando pelo governo do Estado. Muita coisa dificulta a limpeza rotineira, mas isso tudo será resolvido sem nenhum problema. Posso garantir”, enfatiza.

Ainda segundo o secretário, existe uma recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) para tentar diminuir o número de pessoas circulando na cidade, o que, segundo o secretário, é muito difícil no Brasil. Em relação às credenciais, ainda sem quantidade estipulada, também existe uma recomendação para serem reduzidas.

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