Associação propõe servir cardápio com produtos sócio-bioeconômicos na Cop 30
Iniciativa reduz pegada de carbono, além de valorizar a produção local e fortalecer a economia do estado
A Associação de Negócios de Sócio-bioeconomia da Amazônia (Assobio) propôs servir uma alimentação composta de produtos feitos por negócios de impacto social, aliados a produtores e comunidades tradicionais na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (Cop 30). Esse modelo de produção gera menos impacto ambiental, em conformidade com a proposta do evento, sediado em Belém, entre 10 e 21 de novembro. O presidente da entidade Paulo Reis enfatiza que “73% das emissões de gases de efeito estufa estão ligadas ao uso do solo, produção agropecuária e desmatamento”, o que justifica a ação.
De acordo com a entidade, a capital paraense, embora possua a gastronomia como uma de suas características marcantes, ainda depende muito do que é produzido em outros estados. Esse paradoxo seria reflexo da falta de estímulo aos produtores locais, o que também teria raízes nos desafios estruturais da região. A iniciativa conta com o apoio do Fundo Vale para a sua viabilização.
“A cadeia de produção, distribuição, comércio e consumo de alimentos sustentáveis em Belém ainda não está bem estruturada e muitos dos alimentos produzidos a partir do nosso bioma são desconhecidos do público. É importante comunicar a relevância de um consumo sustentável dentro e fora da Cop 30. Isso envolve também restaurantes e hotéis, que ainda demandam pouco por alimentos sustentáveis, por desconhecimento especialmente, o que esperamos resolver com essa oportunidade, em que todos darão atenção para formas de preservar a Amazônia e o modo de vida de populações tradicionais”, reforça o presidente.
Os alimentos servidos durante o encontro climático precisam ser submetidos a um processo licitatório específico, do qual a Assobio explica estar colaborando com a construção junto ao Governo Federal. Essa aproximação é uma estratégia da associação para garantir que o documento traga critérios claros sobre o uso de alimentos de origem sustentável, o que valoriza o comércio local, reduz a pegada de carbono e fortalece a economia.
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Preparar os pequenos e médios empreendedores também está entre os critérios da proposta da associação. Essa medida será realizada através de workshops de capacitação dentro do segmento, o que inclui: ações estratégicas para aumentar a visibilidade desses empreendedores e da iniciativa em si; além de articulações integradas com setores públicos e privados.
“A COP 30 é uma oportunidade singular para mostrar ao mundo a importância do fortalecimento da sociobioeconomia e de práticas produtivas sustentáveis e regenerativas na Amazônia para reduzir as emissões. Acreditamos que será um diferencial marcante da conferência”, afirmou Márcia Soares, gerente de Parcerias e Amazônia do Fundo Vale, apoiador da iniciativa.