Abaetetuba apresenta experiências de cuidado ambiental na COP 27
Prefeita do município, Francineti Carvalho falou sobre as iniativas que buscam gerar uma cultura de preservação ambiental
A prefeita de Abaetetuba, Francineti Carvalho, participou na manhã desta quinta-feira (17) de um painel que apresentou experiências de políticas ambientais realizadas por gestoras brasileiras, numa colaboração local com ações para o objetivo global de frear as mudanças climáticas. O debate ocorreu no estande do Consórcio da Amazônia Legal, na Conferência das Nações Unidas para o Clima, a COP 27, que ocorre em Sharm El-Sheikh, no Egito. O painel teve apoio do Instituto Alziras, que articula e fomenta maior participação feminina na política, e mostrou as boas iniciativas realizadas por mulheres pelo país.
“Buscamos destacar que temos iniciativas que buscam gerar uma cultura de preservação ambiental, com educação ambiental desde a escola, mas também ações práticas, como o descarte de resíduos, o avanço no cadastro rural e a atenção que damos para o licenciamento ambiental para negócios sustentáveis. Hoje, quase a totalidade, 80% do que possui dispensa de licenciamento, agilizando a legalização, são de projetos para mulheres e com iniciativas sustentáveis. Entendemos que as mulheres, como mostram as estatísticas, são junto com as crianças, as maiores vítimas da fome e miséria nos países em desenvolvimento como o Brasil, por isso é importante apoiarmos maneiras de gerar emprego e renda, mas com atenção ao cuidado ambiental”, destacou Francienti.
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Também participaram do painel a prefeita de Cáceres (MT), Eliene Liberato. Ela destacou a coleta seletiva e a redução de custo com energia elétrica, buscando fontes alternativas e mais sustentáveis como a energia solar em todos os órgãos públicos do município, sendo um projeto pioneiro do país a usina de energia fotovoltaica, que tem capacidade de gerar 250 mil KW/h. “Tivemos uma economia financeira e, mais que isso, uma queda do impacto ambiental”, disse.
Ela também afirmou que ações de divulgação das experiências positivas na Amazônia podem contribuir para a ampliação das medidas. “Temos muitas soluções que precisam ser conhecidas e receber mais apoio e investimento de quem tem a mesma preocupação que nós, de cuidar do meio ambiente e das pessoas”.
No mesmo sentido, Francineti Carvalho destaca que a COP 27 também pode servir para formar novas parcerias para investimentos em Abaetetuba, através da articulação e maior divulgação. “Não estamos entre os municípios que mais desmatam no Pará, o que é um esforço muito grande, pois existe a pressão por garantir emprego e renda para as pessoas, já que temos ainda muitos desafios. Mostrar experiências que estão dando certo e que estamos abertos para novas iniciativas e projetos, certamente é um caminho para termos mais apoio e reconhecimento que seja traduzido em investimento”, afirmou.
A mediadora do debate foi a coordenadora de política climática no Instituto Clima e Sociedade, Marina Marçal. “Tenho acompanhado os debates aqui na COP 27 e o Pará tem tido um protagonismo, mostrando ações efetivas e um esforço, assim como vemos nas experiências de Abaetetuba, que é um município importante e notamos essas muitas vozes femininas uma preocupação grande em desenvolver com sustentabilidade”, destacou.
A deputada federal pelo Acre, Socorro Neri (PP), também participou do painel e destacou o discurso unificado das falas da Amazônia na COP. “Só será possível manter floresta em pé, que queremos, se tivermos educação de qualidade e cadeias produtivas que sejam sustentáveis, que gerem emprego e renda. Não podemos deixar o amazônida de lado no desenvolvimento e precisamos ter um olhar diferenciado”, afirmou.
Segundo ela, existe um olhar colonizador sobre o desenvolvimento da Amazônia que precisa mudar com urgência. “As políticas públicas tem que ser construídas com o amazônida. Não dá mais para vir de cima para baixo e quem é de fora dizer o que pode ou não fazer na Amazônia. É importante que todos sejam ouvidos, das comunidades tradicionais e povos originários, assim como os governos e empresários que atuam na Amazônia”, comentou.
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