RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Lula lidera cenário para 2026 e oposição segue fragmentada, mostram pesquisas

Rodolfo Marques

A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada entre os dias 1º e 3 de abril de 2025, trouxe uma fotografia relevante do cenário político nacional e reacendeu discussões estratégicas tanto no campo governista quanto na oposição.

O levantamento ouviu presencialmente 2.045 pessoas em todo o país, com margem de erro de dois pontos percentuais, e confirma uma tendência que começa a se consolidar: Lula permanece como o nome mais competitivo para 2026, enquanto a oposição — numerosa, porém desarticulada — ainda enfrenta dificuldades para definir uma candidatura viável.

A pesquisa Quaest também avaliou a aprovação do governo Lula em diversos segmentos. O presidente conta com 51% de aprovação e 46% de desaprovação, números que, embora positivos, revelam uma divisão nítida no país. Entre jovens, mulheres e pessoas de menor renda, Lula mantém sua base mais sólida. Já entre evangélicos e eleitores de maior renda, a rejeição é mais acentuada — um sinal de alerta para o Planalto quanto à necessidade de ampliar o diálogo com esses públicos.

Paralelamente, o mais recente levantamento do instituto Datafolha reforça a resiliência eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo em um cenário de polarização com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível. Embora Bolsonaro esteja fora da disputa de 2026, sua presença hipotética nas simulações indica a força de uma base conservadora consistente, com 30% das intenções de voto, contra 36% de Lula.

A vantagem do petista nos cinco cenários testados revela não apenas a força de seu nome no campo progressista, mas também a fragmentação da oposição — e de uma eventual terceira via — representada por candidaturas como Ciro Gomes, Pablo Marçal e Eduardo Leite, que juntos somam 24%. Esse cenário evidencia que, apesar do desgaste de imagem apontado por outros levantamentos, Lula permanece como principal polo de aglutinação da esquerda e do centro, enquanto a direita ainda busca uma alternativa viável à sombra de Bolsonaro.

Aliados do ex-presidente veem os resultados com preocupação. Tarcísio de Freitas fora apontado como uma alternativa “menos radical”, com maior apelo ao centro, mas a pesquisa mostra que ainda não conseguiu romper a barreira estadual de São Paulo. Outros nomes ligados a Bolsonaro, como Michelle Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, também foram avaliados, mas apresentaram desempenho fraco.

As duas pesquisas de intenção de voto indicam que a disputa em 2026 tende a ser acirrada — uma provável batalha marcada por altos índices de rejeição. Nesse contexto, as pesquisas qualitativas se tornam estratégicas desde já — e ainda mais no próximo ano.

Mesmo inelegível, Bolsonaro segue como o nome mais competitivo da oposição. A direita continua em busca de um candidato capaz de unificar a base conservadora e dialogar com o centro. Lula, por sua vez, mantém-se competitivo, mas precisa melhorar seu desempenho entre setores-chave do eleitorado.

A corrida de 2026 já começou — e, como revelam os números, promete ser tão intensa quanto imprevisível.

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