LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Poço sem fundo

Linomar Bahia

Quantas vezes já ouvimos e continuaremos a ouvir falar em Amazônia? Acerta quem responder tantas vezes e em quantas oportunidades têm sido e continuarão sendo úteis a interesses político-partidários e contendas ideológicas, em especial quando envolver dinheiro e coisas que o valham.  Quem puder, responda , também, com quantos projetos e fundos poderão ser solucionados os inúmeros e graves problemas que envolvem a Amazônia e, principalmente, as situações das unidades regionais e dos quase 30 milhões que habitam grandes, médias e pequenas cidades, principalmente as ribeirinhas?

São perguntas e respostas que estão na boca de qualquer brasileiro, especialmente os medianamente informados, que vivem nos rincões amazônicos e acompanham os discursos e prognósticos que nunca se concretizam sobre a região. Quem porventura conseguir contabilizar o volume de dinheiro que tem sido destinado à Amazônia nos últimos 100 anos, provavelmente encontrará um montante equivalente ao número de árvores que compõem as florestas, montante que seria o suficiente para a construção de várias cidades tão modernas e atrativas como as que fascinam no mundo árabe.

Quaisquer sejam os objetivos e os orçamentos, permitirão concluir que a Amazônia é  um poço sem fundo, aberto pela burocracia e desvios. Os mais reluzentes de todos os tempos,  tiveram na SPVEA e na sucessora SUDAM os órgãos que deveriam desenvolver economicamente a região, com a industrialização de matérias primas fartamente disponíveis na floresta, nos rios e no solo. Mas, como sempre será previsível acontecer, os recursos federais e os incentivos fiscais apenas enriqueceram empreendedores de todas as ocasiões, restando os esqueletos do que seriam as indústrias de quase tudo.

Tempos em tempos abundam falácias estrategicamente apropriadas para ocasiões e a gosto dos interesses de grupos a tirarem proveito. Já se falaram do desenvolvimento “pela pata do boi”, acusada de ser a responsável por grandes áreas desmatadas para abrir espaço a pastos. A permanente cobiça estrangeira pelas riquezas do bioma amazônico facultou a produção do “slogan” ufanista “integrar para não entregar, numa campanha estrelada pela rodovia Transamazônica, e que a exatos 51 anos, vem saindo do atoleiro pela coragem de meia dúzia de colonos que se arriscaram na aventura.

A espoliação do maior bioma do planeta remonta ao contrabando da essência do pau rosa para os perfumes franceses e o fim do ciclo da borracha. Os tempos mudaram, passando a floresta e as riquezas minerais a serem exploradas, do que são acusados os madeireiros e garimpeiros, embora digam que outros também lucram. Em meio a tudo, surge a questão “Yanomami” como nova bandeira política e ideológica, propagando a salvação de milhares de índios, muitos venezuelanos, sem saber como salvar os milhares de garimpeiros.  E, novamente, o “fundo amazônico” para um saco sem fundo.

 

Linomar Bahia é jornalista e escritor

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