Ilustrador do cartaz do Círio 2024 revela desejo de trabalhar em outro símbolo da festa
A relação do brasiliense Guilherme Lamoglia com o Círio de Nazaré começou ainda na infância, quando ele observava, encantado, os cartazes da festa pela cidade
Para o publicitário e ilustrador Guilherme Lamoglia, 30, o Círio de Nazaré é uma fonte de inspiração artística que o acompanha desde a infância e o conduziu a momentos decisivos em sua carreira. Em 2023, Guilherme foi escolhido para ilustrar pela primeira vez o cartaz oficial do Círio; uma responsabilidade que assumiu novamente em 2024, consolidando uma relação especial com a festividade.
Acompanhe a transmissão do Círio 2024 ao vivo.
Nascido em Brasília e residente em Belém desde os 10 anos de idade até o ano passado, quando se mudou para Macapá (AP), Guilherme sempre foi atraído pelas artes. “Desde criança, eu gostava de desenhar, pintar, até de fazer esculturas. Quando cheguei em Belém, comecei a observar os cartazes do Círio pela cidade e pensava: ‘Deve ser incrível criar algo que todos possam ver e reconhecer’”, relembra.
O ilustrador sublinha como marcante a experiência de trabalhar no cartaz oficial do Círio, tanto pela responsabilidade, quanto pela receptividade do público. “Ver as pessoas emocionadas na apresentação foi algo indescritível. É uma sensação que só cai a ficha depois, quando você percebe o impacto que sua obra teve”, compartilha.
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No entanto, a história de Guilherme com os cartazes do Círio começou em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na faculdade, no qual realizou uma análise semiótica e técnica do cartaz de 2014. “Esse é um dos meus favoritos porque ele mistura várias técnicas, como papel machê e recortes de fotografias. Esse estudo me motivou ainda mais a querer um dia criar um cartaz do Círio”, conta.
O cartaz de 2023 foi o primeiro resultado tangível desse desejo. “Eu quis que a imagem fosse o foco absoluto, sem muitos elementos que pudessem distrair”, explica. Já no cartaz de 2024, Guilherme incorporou mais elementos, como um mini altar, inspirado nos altares domésticos que observava nas casas dos amigos e familiares em Belém, além de utilizar uma textura de fundo baseada em uma pintura própria, ainda inacabada. “Coloquei muito de mim e da minha história pessoal nesse cartaz. Foi uma forma de homenagear as pessoas e os lugares que me inspiraram ao longo dos anos,” revelou.
Guilherme também já produziu camisas pintadas à mão e outras peças relacionadas à festa nazarena. Seu desejo de continuar contribuindo com o Círio vai além: “Eu brinco com meus amigos que agora meu objetivo é fazer o manto. Seria incrível, mas preciso aprender a costurar primeiro”, diz, rindo.
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Apesar de não estar atualmente comercializando suas obras, ele expressa o desejo de lançar novos produtos. “Eu sempre posto o que estou produzindo no meu Instagram [@lamodsgn], mas ainda tenho muito material em papel que preciso organizar. Talvez, em breve, eu consiga disponibilizar algo novo,” conta.
Para ele, o Círio não é apenas uma festa religiosa, mas uma parte integrante de sua vida, uma tradição que o acolheu desde cedo e que continua a inspirar suas criações. “O Círio para mim é algo que respiramos o ano todo. Ele vai além de outubro, é uma celebração da união e da fé que permeia todos os aspectos da vida em Belém,” finaliza.
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