Corda do Círio feita no Pará será testada nesta semana na UFPA

É a primeira corda oficialmente paraense a ser usada nas duas procissões principais da festividade da Virgem de Nazaré, feita em juta e malva

Victor Furtado
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A corda do Círio 2023, que será produzida por uma empresa de Castanhal, nordeste do Pará, deve ser testada esta semana, na Universidade Federal do Pará (UFPA). É a primeira vez que um dos símbolos mais tradicionais da festividade nazarena será produzido no Estado, como foi revelado por O Liberal, com exclusividade, em setembro do ano passado. A nova corda conta com outra diferença: é feita em fibras de malva e juta, produtos amazônicos e de produção tradicional no Pará e no Amazonas. Inicialmente, o teste seria nesta terça (18), mas a UFPA pediu o adiamento.

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Produzida de fibras de malva e juta, a nova corda, feita por uma empresa em Castanhal, deve entregar um dos maiores símbolos do Círio com cor e textura diferentes, mas com a mesma resistência, que será posta a prova ao longo desta semana na UFPA

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Ainda em setembro de 2022, a informação foi divulgada com exclusividade à Redação Integrada de O Liberal, em entrevista com o diretor de Procissões da DFN, Mário Tuma Júnior

A informação do teste foi divulgada pela Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), na tarde desta segunda-feira (17). O protótipo foi desenvolvido para ser tão ou mais resistente que o sisal, material que até então era usado na produção da corda que vinha de Santa Catarina. A principal diferença está na textura da corda: a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC) garante ser muito mais suave e não deve machucar as mãos dos promesseiros. A corda deste ano será doada pela empresa, em parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme).

Após passar por todos os testes de carga — que precisam simular a força dos romeiros puxando a berlinda —, a corda final terá 800 metros de comprimento com partes de 400 metros, para cada romaria (Círio e Trasladação), tendo 50 milímetros de diâmetro e pesando um total de quase 700 quilos.

Desde 1885, a corda passou a ser um símbolo do Círio. Na época, uma enchente da Baía do Guajará alagou a orla desde próximo ao Ver-o-Peso até as Mercês, no momento da procissão, fazendo com que a berlinda ficasse atolada e os cavalos não conseguissem puxá-la. Os animais então foram desatrelados e um comerciante local emprestou uma corda para que os fiéis puxassem a berlinda. Desde então, foi incorporada às festividades e passou a ser o elo entre Nossa Senhora de Nazaré e os fiéis.

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