Tacacá: o que é, como fazer, como tomar o caldo cantado por Joelma e títpico no Círio em Belém
Maniçoba e pato no tucupi são alguns dos pratos mais consumidos nessa época de ano por serem ‘a cara’ do Círio; confira
O Círio de Nossa Senhora de Nazaré, eleito um Patrimônio Cultural Imaterial pela Unesco, é uma celebração que vai além de manifestações de fé e devoção. A grandiosidade da festa religiosa abrange outros pilares culturais dos paraenses como o turismo, as tradições e, claro, as comidas típicas que fazem parte da identidade do Estado e desta época. Uma das principais é o tacacá. Veja como fazer e como tomar o caldo de tucupi com camarão, jambu (erva que deixa a boca "dormente") e goma de tapioca.
Pratos como maniçoba, tacacá e pato no tucupi estão presentes na mesa de quem é da região Norte e de quem é apreciador da cultura paraense, sendo também as principais escolhas para as refeições neste período de homenagens à padroeira dos paraenses. Conheça mais sobre as iguarias:
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Origem do Tucupi e do Jambu
Originalmente, o tucupi é um líquido de cor amarelada extraído da mandioca brava durante a prensa da raiz. Na forma natural, ele é considerado um alimento tóxico e venenoso, por possuir alto teor de cianeto. No entanto, o alimento passa por um processo de retirada da substância tóxica, como decantação e fermentação, sendo um dos líquidos mais consumidos na região. O tucupi é vendido nos mercados - livre das toxinas e prontos para o consumo, sendo este o meio mais indicado de ser adquirido.
Jambu
Já o jambu é uma erva amazônica usada em várias receitas, inclusive no preparo de cachaças e doces, por ser uma planta fácil de ser encontrada na região e possuir um sabor diferente, que causa ardência nos lábios e língua.
Tacacá
O tucupi e o jambu são a base dessa receita. Outros ingredientes também são incorporados ao alimento, como a goma de tapioca e camarão salgado. O tacacá tem origem indígena e era usado como sopa para curar enfermidades em aldeias. Atualmente, há regiões no Estado que não consideram o tacacá como uma refeição, mas há quem discorde. Confira como fazer:
Ingredientes
- 2 litros de tucupi;
- 4 dentes de alho;
- 1 colher (chá) de sal;
- 4 pimentas de cheiro;
- 2 maços de jambu;
- 1/2 kg de camarão salgado (seco);
- 1/2 xícara (chá) de goma de mandioca;
- Pimenta de cheiro.
Modo de preparo
- Em uma panela, coloque o tucupi e tempere com alho, sal e pimenta;
- Leve ao fogo e deixe levantar a fervura;
- Abaixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar por mais alguns minutos;
- À parte, cozinhe o jambu em água quente, deixe cozinhar até os talos ficarem macios, retire e escorra;
- Retire a cabeça do camarão e deixe de molho em uma vasilha com água para retirar o sal;
- Ferva 4 xicaras (chá) de água com sal a gosto, dissolva a goma em uma vasilha com água fria;
- Acrescente ao poucos na água fervendo, até ficar um mingau grosso, ou, ao ponto de sua preferência.
Para servir, basta:
- colocar a goma numa cuia;
- adicionar o tucupi;
- por o camarão;
- finalizar com o jambu.
Confira o passo-a-passo em vídeo:
Maniçoba
A maniçoba é um prato tipicamente paraense que divide opiniões quanto à origem da receita. Há estudiosos que afirmam ser de tradição indígena, outros acreditam que vem dos escravos. Independente de como surgiu, o prato é feito com a folha moída da mandioca que precisa ser cozida durante vários dias.
Por mais que a tradição fale que o tempo de cozimento são de sete dias, pela toxicidade, há pesquisadores que confirmam que após algumas horas no fogo, o alimento não é mais nocivo à saúde. Porém, quanto mais dias a maniçoba ficar no fogão, mas ela apura o sabor e incorpora às carnes, embutidos, defumados, entre outros ingredientes, ficando cada vez mais.
A folha de maniva também pode ser encontrada nos supermercados na versão pré-cozida, devendo ser levada ao fogo por três ou quatro dias quando comprada dessa forma. Confira a receita:
Ingredientes
- 3 kg de folha de maniva já cozida
- 4 folhas de louro
- 1/2 kg de toucinho branco, bacon, calabresa defumada, costela de porco, pé de porco, rabo de porco e charque
- 2 cebolas picadas;
- 4 dentes de alho amassados;
- Óleo;
- Pimenta-do-reino;
- Salsinha e cheiro-verde picados.
Modo de preparo
- Em uma panela grande, coloque 1 litro de água e ferva a maniçoba com a folha de louro em fogo baixo por 8h;
- Em outra panela, frite a cebola e o alho e junte as carnes já sem o excesso de sal. Refogue;
- Após isso, adicione os temperos e transfira para a panela da maniva.
O perfil de Alerranda Furtando tem um vídeo especial do preparo de maniçoba. Confira:
Pato no Tucupi
O pato no tucupi também é de origem indígena e surgiu de um modo curioso. No passado, o tucupi era usado para temperar carnes e o pato, por ser uma ave encontrada com facilidade na região e sempre fez parte da culinária local. A mistura de ambos agradou a várias pessoas, tornando esta uma das principais receitas da região Norte.
Em outras versões, o pato pode ser substituído pelo frango, que possui uma carne mais macia e suculenta, não perdendo a origem da receita. Confira como fazer:
Ingredientes
- 1 Pato limpo (lavado);
- 2 Pimentões cortados;
- 2 Tomates cortados;
- 1 Cheiro verde;
- 2 Cebolas picadas;
- 4 Dentes de alho picados;
- 1 Maço de Jambu;
- 2 Litros de Tucupi;
- 2 Colheres de Azeite;
- 2 Colheres de Açúcar;
- Sal à gosto;
- Vinagre.
Modo de preparo
- Tempere o pato com vinagre, azeite, sal e alho. Leve ao forno de 50 a 60 minutos a 180*C para pré-cozinhar. Numa panela em fogo médio acrescente o azeite, alho e as verduras para refogar. Acrescente o pato pré-cozido. Depois acrescente o tucupi e o açúcar, deixe ferver. Acrescente o jambu e o cheiro verde e deixe ferver novamente.
No canal Amazon Sat, a receita de pato no tucupi está completa em vídeo. Confira:
Carolina Mota, estagiária sob supervisão da Editora Web Rayanne Bulhões
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