Vereador que chamou baianos de 'sujos' se diz arrependido: “Lapso mental”
Sandro Fantinel declarou que passou a ser alvo de ameaças, assim como sua família, após a repercussão do caso
O vereador Sandro Fantinel (sem partido), alvo de pedidos de cassação aceitos nesta quinta-feira (2) pela Câmara de Caxias do Sul (RS), por conta de declarações preconceituosas feitas sobre trabalhadores baianos flagrados em situação análoga à escravidão em vinícolas de Bento Gonçalves, usou as redes sociais para publicar um vídeo em que se diz "extremamente arrependido" pelo que disse e onde relata que sua família tem sofrido ameaças desde que o caso ganhou repercussão nacional.
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Os pedidos de cassação foram apresentados pelas Defensorias Públicas Estaduais do Rio Grande do Sul e da Bahia. No vídeo, Fantinel, que saiu em defesa dos empresários e das vinícolas autuadas logo após a operação que resgatou 208 pessoas mantidas em cativeiro, declarou ter tido um "momento de lapso mental" ao proferir as palavras que, segundo ele, "não representam o que eu sinto pelo povo da Bahia e do Norte/Nordeste”.
"Quero deixar registrado que tenho grande apreço pelo povo baiano e por todos os habitantes do Norte e Nordeste do país. Em um momento de descontrole, acabei proferindo palavras que não refletem o que realmente sinto em relação aos baianos e a toda a região Norte e Nordeste", disse.
Após ler a nota, o vereador fez um desabafo sobre as ameaças que sua família tem recebido desde a repercussão do caso. “Se as pessoas me atacassem a mim (sic), se eu pagasse pelos erros que eu cometi, a gente paga, porque quando a gente erra a gente tem que pagar. Mas o que tá acontecendo, meu povo, é que minha esposa chora noite e dia recebendo mensagens ofendendo ela com todos os pior nome que vocês pode imaginar (sic). Ela tá pensando até em me deixar”, declarou.
Segundo Fantinel, as ameaças também têm sido direcionadas aos seus pais e seu filho. "Meu pai e minha mãe, que já têm 80 anos, choram o tempo todo por causa das ligações maldosas e ofensas que recebem. Eu pergunto: o que eles fizeram de errado? Se quiserem cobrar por meus erros, cobrem de mim, não da minha família. Meu filho está com medo de ir para a faculdade por causa das ameaças. Eles não fizeram nada", finalizou o vereador.
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