'Um dia vamos brigar por água como brigou-se por petróleo', diz ministro da Defesa
Para José Múcio, o avanço da escassez de água no mundo tem potencial para gerar riscos e conflitos à soberania brasileira
As pressões internacionais em cima da Amazônia, em especial com a realização da 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 30), em Belém, no ano de 2025, têm crescido, segundo o ministro da Defesa, José Múcio. “A pressão aumenta a cada dia”, afirmou, durante primeira Conferência Internacional sobre Soberania e Clima, em Brasília, nesta quarta-feira (28).
Para Múcio, o avanço da escassez de água no mundo tem potencial para gerar riscos e conflitos à soberania brasileira. O chefe da Pasta citou que, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), há pelo menos 300 cenários de conflito possíveis no futuro atribuídos ao controle da água e que a competição nacional pelos recursos físicos gerou temores de que as questões hídricas contenham sementes de conflitos violentos no futuro. “Um dia nós vamos brigar por água como, na minha juventude, brigou-se por petróleo”.
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“Na verdade, conflitos por acesso à água são históricos. A importância das reservas de água doce no Brasil para a nossa soberania é absolutamente indiscutível. Nossas bacias hidrográficas são extensas e possuem elevado volume de água. Além disso, temos aqui o Aquífero Guarani ao Sul e Alter do Chão ao Norte. Cerca de 12% da água doce disponível no planeta está em território brasileiro. O inestimável manancial hídrico nacional pode suscitar discursos e narrativas por diversos organismos internacionais, à semelhança do que já ocorre em relação à Amazônia. Sendo assim, é um tema que deve ser considerado absolutamente como prioridade”, avaliou.
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