Tatuagem de Temer e mais; veja 9 polêmicas de Wladimir Costa, ex-deputado paraense preso pela PF
Ex-deputado paraense esteve no centro de diversas polêmicas, incluindo uma tatuagem em homenagem ao Michel Temer e mensagens eróticas
O ex-deputado federal do Pará Wladimir Costa, também conhecido como 'Wlad', foi preso pela Polícia Federal no Aeroporto Internacional de Belém na manhã desta quinta-feira (18). Ele é acusado da prática de crimes eleitorais e violência política contra a deputada Renilce Nicodemos (MDB-PA). No entanto, esta não é a primeira polêmica que o político está envolvido.
Nascido e criado na capital paraense, Wlad iniciou sua trajetória como locutor de rádio em 1986, conquistou reconhecimento como apresentador de TV e como cantor da "Banda Wlad". Sua popularidade crescente o levou à Câmara Federal em 2002. Ele cumpriu quatro mandatos pelo estado do Pará, sendo o último deles de 2015 a 2019, com uma campanha marcada pelo slogan "o federal do povão" no rtimo de tecnobrega. Em 2018, ele foi escolhido como líder da bancada do Solidariedade na Câmara.
Em 2017, teve seu mandato cassado por unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará, sob acusações de abuso de poder econômico e gastos ilícitos durante a campanha eleitoral de 2014.
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Tatuagem em homenagem ao ex-presidente Temer
Em 2017, Wladmir Costa esteve no centro das atenções após fazer uma tatuagem em homenagem ao ex-presidente Michel Temer. Conhecido por sua lealdade e apoio ao político, o ex-deputado decidiu expressar sua admiração com o nome do político tatuado em seu ombro direito, acompanhado da bandeira do Brasil.
A situação se tornou motivo de memes e piadas até que ele revelou ser uma tatuagem temporária, feita com henna. Wlad admitiu que sua intenção era provocar a oposição e que sua atitude era uma espécie de brincadeira. "A intenção era ‘zoar’ a oposição, os anti-Temer, e os objetivos foram literalmente alcançados. A tatuagem já não existe mais, mas posso dizer que o Temer está tatuado no meu coração. Cada um com seus ídolos e ele é um dos meus", declarou.
Acusação de assédio a repórter em Brasília
Durante a repercussão da tatuagem em homenagem ao Temer, Wladmir Costa foi entrevistado pela repórter Basília Rodrigues. Na ocasião, ela solicitou que o ex-deputado mostrasse novamente sua tatuagem. A resposta de Wlad foi considerada como de teor machista e misógino: "Pra você, só se for o corpo inteiro."
O incidente foi relatado pela própria repórter em sua página no Facebook, onde expressou sua indignação diante do tratamento desrespeitoso recebido. "Penso, em que momento eu dei a minha testa pra esse deputado tatuar 'idiota'? Ou mais: 'mulher idiota'. Havia outros deputados, jornalistas e até câmeras de TV focados nele. Mas nada disso 'evitou' uma gracinha ou uma 'desgracinha' machista. Parlamentares constrangidos vieram me pedir desculpas pelo comportamento do nobre colega", desabafou a profissional.
O caso gerou uma onda de repúdio e levou à intervenção do Conselho de Ética da Câmara, que analisou a conduta de Wladimir e o acusou de falta de decoro parlamentar. Entretanto, o processo acabou arquivado.
Leia o texto completo da repórter sobre o caso:
Condenado por ofensas a artistas
O ex-deputado paraense já foi condenado em janeiro de 2023 a nove meses de detenção, em regime inicial aberto, pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). A sentença veio após Wladimir proferir ofensas ex-parlamentar contra os artistas Wagner Moura, Glória Pires, Letícia Sabatella, Orlando de Morais e Sônia Braga.
O episódio que resultou na condenação ocorreu em julho de 2017, quando Wladmir subiu ao púlpito da Câmara dos Deputados e lançou ataques verbais contra os mencionados artistas. As ofensas foram em resposta à participação dos mesmos em uma campanha intitulada "342 Agora", que visava pressionar parlamentares a votarem a favor da aceitação de uma denúncia de corrupção contra o então presidente Michel Temer.
Durante seu discurso, ele utilizou termos pejorativos para se referir aos artistas, chamando-os de "vagabundos" e acusando Glória Pires de receber R$ 2 milhões da Lei Rouanet sem prestar contas. O ex-deputado também insultou o marido da atriz, Orlando de Morais, sugerindo que ele nunca alcançou o sucesso por mérito próprio e é sustentado pela esposa. Wagner Moura foi alvo de acusações ainda mais graves, sendo rotulado de "ladrão". Já Letícia Sabatella apelidada de "Letícia Mortadela" durante a fala do ex-parlamentar.
A decisão do TJDFT determinou não apenas a pena de detenção para Wladmir, mas também o pagamento das custas processuais e de honorários sucumbenciais no valor de R$ 5 mil. Em suas redes sociais, ele não manifestou arrependimento pelas declarações. "Não retiro nenhuma vírgula do que falei", disse, na ocasião.
Rojão no impeachment
Outro ato polêmico de Wladimir Costa na Câmara dos Deputados em 2016, nas sessões de votação do impeachment de Dilma Rousseff, quando estourou um rojão de confetes. Durante a justificativa de seu voto favorável ao afastamento da ex-presidente, ele acusou o governo do PT de dar "um tiro de morte" no coração do povo brasileiro.
"Eu não quero a Dilma atrás das grades. A ex-presidenta Dilma, porque já é ex-presidente, é inimputável", disse Wladimir em seu discurso. Ele também pediu aos governistas que, antes de falarem de Michel Temer, "lavem as bocas de vocês com soda cáustica".
Deputado com mais faltas
Em 2015, o nome de Wladimir Costa se destacou negativamente ao se tornar o parlamentar mais faltoso durante as sessões plenárias daquele ano. De um total de 125 sessões plenárias realizadas, o ex-deputado esteve ausente em impressionantes 105 delas, comparecendo apenas em 20 ocasiões. Esse índice de faltas levantou questionamentos sobre o compromisso de Wlad com suas responsabilidades legislativas e foi alvo de críticas de seus eleitores.
Segundo informações de sua assessoria na época, a maioria das ausências de Wladmir foi justificada por atestados médicos relacionados a intervenções cirúrgicas em sua coluna vertebral. Dos 105 dias em que esteve ausente, 93 foram justificados dessa forma. No entanto, outras 12 faltas não receberam uma justificativa oficial.
Acusações contra Ximbinha
Em 2020, Wladmir Costa acusou publicamente o guitarrista Ximbinha de agredir Carla Maués, vocalista de uma das bandas lideradas pelo músico paraense na época. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o ex-deputado afirmou que Carla teria sido vítima de agressões físicas e psicológicas, além de estar sofrendo ameaças, o que a teria levado a buscar uma medida protetiva junto à polícia e à justiça.
Além de acusar Ximbinha, o ex-deputado fez considerações sobre a necessidade de tratamento psiquiátrico para o guitarrista, sugerindo que sua dificuldade em lidar com o sucesso de sua ex-mulher, Joelma, refletia em um comportamento agressivo em relação às mulheres que trabalham com ele.
Em resposta, o guitarrista negou as acusações e emitiu uma nota criticando o vídeo de Wladmir Costa, chamando-o de "aposentado" e "contador de histórias infundadas". Além disso, Ximbinha teria registrando um boletim de ocorrência por calúnia, difamação, injúria, constrangimento, dano moral, prejuízo comercial e ameaça.
"Deputado dos nudes"
Após a tatuagem fake, Wladimir voltou a protagonizar manchetes em 2017. O ex-deputado esteve envolvido em uma polêmica durante as articulações políticas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre uma denúncia contra o então presidente Michel Temer por corrupção passiva.
Enquanto as atenções estavam voltadas para o plenário da Câmara dos Deputados, onde acontecia a votação, Wlad foi flagrado trocando mensagens pelo WhatsApp com uma mulher desconhecida. No conteúdo das mensagens, o ex-parlamentar solicitava à mulher que enviasse fotos íntimas, pedindo especificamente para "mostrar a bunda" e que "não são suas profissões que a destacam como mulher".
Quando confrontado com o suposto flagrante, o ex-deputado se defendeu de forma controversa, negando e classificando as evidências como falsas. "Aquilo é 'fake'. Não é minha mão. Minha mão é mais delicada", disse.
Adoção de sem-teto e desejo de covid
Wladimir Costa também foi alvo de diversas falas polêmicas em suas redes sociais. Em 2022, o político anunciou em suas redes sociais que estava internado em um hospital particular, mas sem fornecer detalhes sobre o motivo da internação. Na ocasião ele destacou que não era covid-19, acrescentando de forma irônica: "Quem dera". A fala do ex-deputado repercutiu negativamente e a publicação foi deletada.
No mesmo ano, Wladmir novamente causou polêmica ao comentar o caso do personal trainer que flagrou sua esposa tendo relações sexuais com um homem em situação de rua. O ex-deputado não apenas fez piadas sobre o incidente, mas também publicou uma montagem nas redes sociais, sugerindo que os paraenses "adotassem" mulheres em situação de rua.
"Nossa vingança será maligna. Homens do Pará asem às ruas para se vingar do mendigo pegador do DF! As mendigas não podem ser discriminadas, elas precisam de amor!", dizia o texto publicado no Instagram. "Acolha, dê amor, carinho e prazer (desde que consensual), então, descruzem os braços e vamos nessa lavar nossa honra. Faça amor, não guerra. Relaxa e goza", completou.
Mandato cassado
Wladimir Costa teve seu mandato cassado em dezembro de 2017 pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará. A decisão foi tomada por unanimidade devido a sua condenação por abuso de poder econômico e gastos ilícitos durante a campanha eleitoral de 2014. Além da cassação do mandato, Wlad foi declarado inelegível por oito anos.
O ex-deputado também enfrentou acusações do Ministério Público Federal por peculato, relacionado ao suposto desvio de salários de funcionários de seu gabinete na Câmara dos Deputados. Segundo as investigações, iniciadas em 2009, três servidores teriam repassado parte de seus salários ao deputado desde 2005.
O processo contra Wladmir Costa perdurou por anos até ser encerrado em 2018, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu por unanimidade o ex-parlamentar e seu irmão, Wlaudecir Costa, das acusações de peculato. Os ministros do STF consideraram que não havia provas suficientes da prática do crime, resultando na absolvição dos réus.
*(Hannah Franco, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Heloá Canali, coordenadora de OLiberal.com)
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