Sobrinha do Tio Paulo deixa presídio de Bangu e responderá em liberdade

Justiça revogou a prisão preventiva de Érika, e ela responderá ao processo em liberdade, desde que cumpra as medidas cautelares estabelecidas

*Suellen Santos
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Érika Souza, sobrinha de Paulo Roberto Braga, idoso levado já morto para pegar um empréstimo de 17 mil em um banco, deixou a cadeia em Bangu, na Zona Oeste do Rio, nesta quinta-feira (2). Ela estava reclusa no Instituto Penal Djanira Dolores de Oliveira, desde o dia 16 de abril.

Ainda nesta quinta, a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), foi aceita pela juíza Luciana Mocco, titular da 2ª Vara Criminal de Bangu. Agora, Érika é ré por tentativa de estelionato vilipêndio de cadáver.

A magistrada também revogou a prisão preventiva da sobrinha do idoso, na mesma decisão. Com isso, ela responderá ao processo em liberdade, desde que cumpra as medidas cautelares estabelecidas.

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Érika Souza está presa desde o último dia 16 de abril e passou a ser investigada pelo crime de homicídio culposo

Ela também passou a ser investigada por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar), em um outro inquérito, que está em andamento na Polícia Civil.

Érika deverá cumprir as seguintes medidas cautelares de acordo com a determinação da juíza:

  • Comparecimento mensal ao cartório do juízo, para informar e justificar suas atividades ou eventual alteração de endereço. Neste caso, o novo endereço deverá ser informado antes da mudança, sob pena de decretação de nova prisão;

  • Se houver necessidade de internação para tratamento da saúde mental, um laudo médico deverá ser apresentado;

  • Proibição de ausentar-se da Comarca por prazo superior a 7 dias, salvo mediante expressa autorização do juízo.

 “Acusada primária, com residência fixa, não possuindo, a princípio, periculosidade a prejudicar a instrução criminal ou colocar a ordem pública em risco”, justificou a juíza.  

A magistrada ainda destacou, “Entendo que as especulações [da grande repercussão do caso em rede nacional e internacional] não encontram amparo na prova dos autos a justificar a medida excepcional do cárcere, ressaltando-se, por oportuno, que o clamor público não é requisito previsto em lei para decretação ou manutenção da prisão”, ponderou.

O delegado que investiga o caso disse ter certeza de que Érika sabia que Paulo Roberto Braga já estava morto dentro do banco.

"Não há dúvidas que Érika sabia da morte de Paulo, mas, como era a última chance de retirar o dinheiro do empréstimo, entrou com o cadáver no banco, simulou por vários minutos que ele estava vivo, chegando a fingir dar água, pegou a caneta e segurou com sua mão junto a mão do cadáver de Paulo, contudo, como os funcionários do banco não dispersaram a atenção, não pôde fazer a assinatura", escreveu Fabio Luiz Souza, da 34ª DP (Bangu).

Inclusão de novas provas 

Novas provas foram citadas pelo delegado. Segundo ele, dois depoimentos revelam que Érika tentou colocar uma conta própria para receber o dinheiro do tio e que chegou a ir até a agência sem ele para sacar – mesmo sabendo que ele precisaria assinar. Só depois de tentar ir sozinha, em vão, Érika decidiu levar o tio à agência.

Na conclusão do relatório do inquérito, o delegado diz que, pelas imagens fica "claro" que Paulo "já era cadáver quando Érika o levou à agência e, principalmente, que ela sabia de tal fato, pois ele está com a cabeça caída e sem qualquer movimento, porém, logo antes de entrar ela o segura pelo pescoço para que fique com a cabeça erguida, simulando uma pessoa viva".

(*Suellen Santos, estagiária sob supervisão de Emilly Melo, repórter de Política e Economia)

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