Justiça manda soltar sobrinha de 'Tio Paulo', mas ela vai responder por dois crimes; veja quais
Érika Souza levou o tio para sacar um empréstimo em um banco. Polícia afirma que ele estava morto quando foi levado à agência
A sobrinha do "Tio Paulo" - o idoso levado ao banco para sacar um empréstimo, mas que segundo a polícia já estaria morto quando foi levado à agência - foi solta pela Justiça do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (02.05). Érika Souza teve a prisão preventiva revogada pela juíza Luciana Mocco, titular da 2ª Vara Criminal de Bangu. Porém, a magistrada recebeu a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e tornou a suspeita ré no processo. Com isso, Érika continuará respondendo pelos crimes de tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver.
Fora da cadeia, a sobrinha de Paulo Roberto Braga, o "Tio Paulo", também terá de cumprir algumas medidas cautelares. São elas:
- Comparecimento mensal ao cartório do juízo, para informar e justificar suas atividades ou eventual alteração de endereço;
- Apresentar laudo médico em caso de necessidade de internação para tratamento da saúde mental;
- Proibição de ausentar-se da Comarca por prazo superior a 7 dias, salvo mediante expressa autorização do juízo.
Érika Souza estava presa desde o dia 16 de abril. A juíza que revogou a prisão avaliou que a suspeita é “acusada primária, com residência fixa, não possuindo, a princípio, periculosidade a prejudicar a instrução criminal ou colocar a ordem pública em risco”.
“Entendo que as especulações [da grande repercussão do caso em rede nacional e internacional] não encontram amparo na prova dos autos a justificar a medida excepcional do cárcere, ressaltando-se, por oportuno, que o clamor público não é requisito previsto em lei para decretação ou manutenção da prisão”, destacou Luciana Mocco.
Relembre o caso
Erika foi ao banco acompanhada de Paulo Braga, de 68 anos, que estava em cadeira de rodas, para sacar o dinheiro de um empréstimo no nome do idoso. Porém, as pessoas na agência estranharam o estado em que o homem se encontrava e chamaram o Samu. O médico do Samu constatou que Paulo estava morto.
A defesa de Erika argumenta que o idoso estava vivo quando entrou na agência e morreu no local, durante a espera para atendimento, mas a polícia afirma que os sinais encontrados no corpo dele derrubam essa versão.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ofereceu denúncia pelos crimes de tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver. "A DENUNCIADA, consciente e voluntariamente, vilipendiou o cadáver de Paulo Roberto Braga, seu tio e de quem era cuidadora, ao levá-lo à referida agência bancária e lá ter permanecido, mesmo após a sua morte, para fins de realizar o saque da ordem de pagamento supramencionada, demonstrando, assim, total desprezo e desrespeito para com o mesmo", diz um trecho do documento, assinado pela promotora de Justiça Débora Martins Moreira.
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