Repatriados brasileiros vão ganhar posto de acolhimento em MG, anuncia governo
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que o governo busca soluções para receber os brasileiros repatriados de forma adequada
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não irá permitir que brasileiros deportados dos Estados Unidos sofram tratamento semelhante ao recebido no voo da última sexta-feira, 24. Segundo ele, o avião poderia ter sofrido "problemas mais graves". De acordo com a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, a gestão federal irá instalar um posto de acolhimento humanitário no Aeroporto de Confins, em Minas Gerais, tendo em vista a chegada de novos repatriados.
As declarações foram feitas nesta terça-feira, 28, após reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de diversos ministros, também compareceram o comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Damasceno, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. De acordo com Mauro Vieira, a agenda foi de informação ao chefe do Executivo sobre o voo com os repatriados.
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"O objetivo da reunião, além de transmitir ao presidente o relato da situação, foi também de discutir formas de tratar o tema daqui para diante e de se discutir com as autoridades americanas que as deportações sejam feitas atendendo os requisitos mínimos de dignidade, respeito aos direitos humanos e atenção necessária aos passageiros de uma viagem dessa extensão", afirmou aos jornalistas.
"Estamos agora trabalhando para encontrar soluções e formas adequadas para que cheguem ao Brasil os brasileiros repatriados, mas, dentro de atenção absoluta, com respeito aos direitos humanos e às condições necessárias de viagem e a atenção necessária aos passageiros nesse voo", complementou.
Macaé afirmou que "está todo mundo muito preocupado" e que Lula autorizou o ministério a iniciar as tratativas para estabelecer no Aeroporto de Confins um posto de acolhimento humanitário, tendo em vista que poderemos ter mais voos previstos. "Toda a nossa expectativa é que a gente possa trabalhar para garantir que famílias não venham separadas e que esses passageiros tenham boas condições de água e alimentação", afirmou.
A ministra disse que já recebeu "sinalizações" de algumas empresas que têm interesse em dialogar para poder pensar em mecanismos de inclusão produtiva e no mundo do trabalho aos repatriados.
Vieira disse que a operação da última semana foi "trágica" pelo defeito que apresentou a aeronave e comentou que isso podia ter ocasionado um acidente. "Justamente nos faz agora trabalhar para, junto com as autoridades americanas, procurar formas de que sejam feitas novas repatriações de acordo com a legislação brasileira, e também com as normas de segurança e de acolhimento dentro de uma aeronave", disse. "Nós não podemos admitir que as pessoas venham com aquele tipo de tratamento, inclusive correndo riscos maiores, porque o avião poderia ter sofrido acidentes e problemas mais graves."
O ministro afirmou, porém, que o País ainda não sabe sobre mais voos com brasileiros repatriados. "Os voos têm sido um pouco mais de um por mês, não temos nada certo agora."
De acordo com ele, o governo brasileiro vai participar da reunião convocada pela Celac para tratar sobre o episódio. O ministro, no entanto, evitou cravar se Lula é quem participará do encontro. Segundo Vieira, a participação da gestão pode ser virtual: "Estamos definindo como vai ser."
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