Professora de Parauapebas resgatada pela FAB fala dos momentos de tensão em Israel

Eliene Lima estava numa excursão da igreja junto com outras 12 pessoas daquela cidade paraense.

O Liberal

O primeiro voo da Força Aérea Brasileira (FAB), enviado pelo governo brasileiro, trouxe de volta ao país, na quarta-feira (11), 13 moradores do município de Parauapebas, no Sudeste Paraense, que estavam entre as pessoas resgatadas de Israel. O grupo participava de uma caravana de frequentadores da Igreja Batista Novo Tempo do município paraense. Quem falou sobre o assunto com a Redação Integrada de O Liberal foi a professora Eliene Lima, maranhense, que há 22 anos reside em Parauapebas e integrava o grupo. “Ficamos com medo de sermos atacados com bombas e mísseis”, recorda. O grupo deve amanhecer no município paraense na quinta-feira (12).

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Eliene contou que realizava a segunda viagem a Israel e que, nesta época do ano, mais precisamente entre os dias 29 de setembro e seis de outubro, acontece a Festa dos Tabernáculos de Sucot, uma das principais festividades judaicas, que atrai católicos e evangélicos brasileiros, além de turistas de outras partes do mundo. 

A caravana de Parauapebas chegou a Jerusalém, em Israel, no dia 29. No sábado (7), o grupo estava com voo de volta marcado para aquela noite, quando começaram a tocar sirenes intermitentes e eles foram avisados da invasão à Faixa de Gaza pelo Hamas: “A gente ficou muito tenso. Já tínhamos visto na televisão como isso acontece, mas nunca tínhamos vivido isso na pele”. 

Não havia bombardeio em Jerusalém, mas sim em Tel Aviv, onde o grupo iria embarcar. Os moradores de Parauapebas integravam uma excursão de 37 brasileiros. O grupo antecipou a ida ao aeroporto Ben Gurion para a tarde e, lá chegando, enfrentou momentos de pânico, com sirenes dando o alarme de bombardeios, som de explosões e passageiros sendo orientados a se protegerem agachados próximo às paredes.

“A sirene tocou e ouvimos estrondos. Ficamos com medo de bombas e mísseis. Todo mundo largou as malas, o aeroporto estava lotado, correu todo mundo para a parede desesperado, teve muito choro. A gente escutou três explosões seguidas, teve pânico, muita gente gritou, chorou e ligou para os familiares porque a gente achou que ia morrer mesmo”, recordou a brasileira. 

Em seguida, 20 brasileiros do grupo conseguiram embarcar de volta na companhia Emirates, mas os 13 de Parauapebas ficaram junto com outros quatro brasileiros porque o voo deles na FlyDubai foi cancelado. “Nós ficamos no aeroporto a noite inteira, aguardando, mas não liberaram mais nenhum voo e nós voltamos para o hotel, em Jerusalém, no dia seguinte ao meio-dia”. No hotel, os turistas foram orientados a se dirigir para um abrigo subterrâneo existente no local. Nessa ocasião, os turistas tiveram contato com famílias resgatadas da guerra, que chegaram ao hotel.

A Emirates disse para a gente que não havia data para voo para o nosso retorno. Quando chegou essa notícia (do voo da FAB, que partiu na terça-feira, 10), ficamos muito felizes”, contou. Na volta ao aeroporto de Telaviv, mais tensão. O grupo saiu às 10h da manhã do hotel para embarcar às 17h.

“Quando tivemos que entrar no ônibus para voltar para o aeroporto, ficamos com medo de sermos atacados com bombas e mísseis. No aeroporto, tinha muita gente querendo vir, mas não tinha como, só estavam saindo voos particulares e voos de países que estavam indo buscar os seus compatriotas, muita gente ficou”, relembra Eliene. 

O grupo da excursão se juntou a outros brasileiros no voo de resgate. “Quando vimos o avião das Forças Armadas, brasileiros perto de nós, falando a mesma língua, a gente ficou muito feliz, houve gritos, choro, palmas, a gente cantou o Hino Nacional na frente desse avião. O voo foi tranquilo, nós viemos cantando, glorificando a Deus, viemos muito sossegados, principalmente quando o avião atingiu mais de 10 mil pés, quando ficamos fora de qualquer alcance de mísseis”.

O grupo de Parauapebas veio no primeiro voo de resgate da FAB, que chegou às 4h da madrugada em Brasília com 211 passageiros. Outros brasileiros aguardam a chance de voltar ao país. 

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