Principal líder do PCC, Marcola é transferido para presídio federal
Transferência de 22 presos de São Paulo para presídios federais foi confirmada em nota pelo Ministério da Justiça e Segurança
O principal líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Camacho, o Marcola, foi transferido da penitenciária de Presidente Wenceslau, em São Paulo, para um presídio federal junto a outros 21 detentos que também são lideranças da facção.
A transferência de 22 presos de São Paulo para presídios federais foi confirmada em nota pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e pelo Ministério Público do Estado de São Paulo e o governador do Estado, João Doria (PSDB), confirmou que Marcola está entre os transferidos.
Em entrevista coletiva, Doria disse que a operação de transferência de Marcola, que foi condenado a mais de 200 anos de prisão por diversos crimes como tráfico de drogas e outros, estava sendo preparada há cerca de 50 dias. Ele também disse que o Estado está preparado para a possibilidade de membros da facção promoverem uma onda de violência em reação à transferência de seu líder.
"Todas as ações preventivas foram adotadas pelas forças de segurança do Estado de São Paulo e no âmbito federal, prevenindo e resguardando de qualquer reação. Obviamente que nós não vamos dizer para vocês quais são as medidas que nós tomamos de forma preventiva, por razões óbvias também", disse Doria.
"O trabalho da segurança pública em São Paulo estabelece claramente: o Estado, aqui, não vai ser refém do crime. O crime será refém do Estado. Esta é uma decisão do governador do Estado de São Paulo compartilhada pelas autoridades federais."
Em meados de 2006 o PCC realizou uma onda de atos violentos no Estado com ataques contra policiais na capital, litoral e interior após a transferência de presos para a penitenciária de segurança máxima de Presidente Wenceslau. Neste ano, no Ceará, criminosos também promoveram uma onda de ataques em retaliação a mudanças nas regras disciplinares do sistema prisional cearense.
A transferência dos detentos foi determinada pela Justiça paulista atendendo a um pedido do MP do Estado. A transferência envolve um amplo aparato de segurança que inclui forças federais e estaduais.
"Os presos, líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), custodiados em São Paulo, estão sendo transferidos com a escolta do Departamento Penitenciário Federal (Depen) e da Polícia Militar de São Paulo para as penitenciárias federais. O isolamento de lideranças é estratégia necessária para o enfrentamento e o desmantelamento de organizações criminosas", informou o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
"O trabalho integrado conta com a atuação da Polícia Militar, Polícia Civil e Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, Força Aérea Brasileira (FAB), Exército Brasileiro, Coordenação de Aviação Operacional e Comando de Operações Táticas da Polícia Federal, além da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O trabalho também envolve ações de inteligência em conjunto com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin)."
O PCC atua principalmente dentro e fora de presídios de São Paulo, mas também tem ampliado sua ação para outros Estados e até mesmo para países vizinhos.
A transferência de Marcola e das demais lideranças do PCC foi pedida pelo MP paulista no final de novembro, mas a Justiça acatou o pedido somente na semana passada, de acordo com o Ministério Público estadual.
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