Presidente da Caixa Econômica é denunciado por assédio sexual
Os casos estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal. Este é o primeiro caso público de assédio sexual envolvendo um alto funcionário do governo Jair Bolsonaro
Um grupo de funcionárias denunciou o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Duarte Guimarães, de 51 anos, por assédio sexual. Todas trabalham ou trabalharam em equipes que servem diretamente ao gabinete do acusado. Em depoimento, as vítimas relataram que se sentiram abusadas em diferentes ocasiões, sempre durante compromissos de trabalho. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (28) pelo site Metrópoles.
A quebra de silêncio deu início a uma investigação que corre sob sigilo, no Ministério Público Federal. Algumas das funcionárias que concordaram em falar já prestaram declarações oficialmente aos procuradores. Outras deverão ser convidadas a depor em breve. Este é o primeiro caso público de assédio sexual envolvendo um alto funcionário do governo Jair Bolsonaro.
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Pedro assumiu a presidência da Caixa após a posse de Bolsonaro. Vários relatos estão relacionados a viagens realizadas durante o programa Caixa Mais Brasil, criado para descentralizar a gestão e dar mais visibilidade ao banco pelo país afora. Desde janeiro de 2019, foram realizadas mais de 140 visitas a cidades de todas as regiões.
Uma das entrevistadas disse ao Metrópoles que Pedro queria ser “dono” das mulheres com quem se aproximava. “É comum ele pegar na cintura, pegar no pescoço. Já aconteceu comigo e com várias colegas”, diz. “Ele trata as mulheres que estão perto como se fossem dele”. Ao ser coibido, as mulheres são ignoradas e perdem a visibilidade profissional, independente do cargo em questão.
As mulheres que topam favores de Pedro e foram chamadas para compromissos de trabalho em Brasília (DF) foram apelidadas de “Discos voadores”. Algumas colaboradoras são promovidas, mesmo sem preencher os requisitos necessários para a função e acabam sendo transferidas para a sede, por conveniência de Guimarães.
Uma das assediadas por Pedro conta que é comum funcionárias serem chamadas para uma ida à piscina ou à sauna na companhia do presidente do banco nos horários de folga na agenda. “Ele me chamou para ir para sauna com ele. Perguntou: ‘Você gosta de sauna?’. Eu disse: ‘Presidente, eu não gosto’. É humilhante. Ele constrange”, disse.
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