Preciso trocar de celular? Entenda o que muda com a tecnologia 5G no Brasil

No edital que foi aprovado pela Anatel, está previsto que o 5G deve funcionar nas 26 capitais do Brasil e no Distrito Federal em julho de 2022

O Liberal
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Nesta quinta-feira (4), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai realizar o leilão para seleção das empresas que poderão operar nas faixas de frequência do 5G, uma evolução da conexão 4G atual e que promete conexão com velocidade ultrarrápida, avanços de tecnologias como carros que dirigem sozinhos e a possibilidade de ligar muitos objetos à internet ao mesmo tempo. Atualmente, entre as quatro maiores operadoras do País, a média da velocidade 4G é de 17,1 Mbps (megabits por segundo), de acordo com um relatório da consultoria OpenSignal de maio de 2021.O 5G, por sua vez, pode chegar à velocidade entre 1 e 10 Gbps – uma diferença de 100 vezes ou mais em relação ao 4G. Nem sempre o 5G vai atingir as velocidades absolutas, mas a melhora pode ser significativa, afirmam especialistas. As informações são do G1 Nacional.

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Além da velocidade, o 5G também promete baixa latência, ou seja, um tempo mínimo de resposta entre um aparelho e os servidores de internet – aquele "delay" que acontece em ligações em vídeo, quando é preciso esperar uns segundos até que a pessoa do outro lado veja e ouça o que falamos. A nova tecnologia também poderá lidar com muito mais dispositivos ligados ao mesmo tempo e a conexão será mais confiável, pois um aparelho vai poder se conectar com mais de uma antena ao mesmo tempo.

Por todos esses motivos, tecnologias como os carros autônomos e a telemedicina devem avançar com o 5G, bem como a chamada "indústria 4.0" com toda a linha de produção automatizada.

- Quando vai chegar no Brasil?

No edital do leilão, que foi aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), está previsto que o 5G deve funcionar nas 26 capitais do Brasil e no Distrito Federal em julho de 2022, mas isso também não significa que essas cidades oferecerão a frequência em todos os lugares. Porém, a expectativa de fontes ligadas ao setor ouvidas pelo G1 é que ainda sejam precisos de 2 a 4 anos, depois do leilão de frequências, para que o 5G esteja efetivamente disponível em diversos bairros das maiores cidades do país. A proposta de edital do 5G prevê a instalação de poucas estações rádio base, que são as antenas. Desse modo, o sinal da internet móvel de quinta geração ficaria restrito a uma pequena área das capitais, não cobrindo toda a área das cidades.

Ainda segundo a Anatel, para todas as cidades do Brasil com mais de 30 mil habitantes, o prazo de implantação é julho de 2029. Essas datas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas da União.

Após o leilão desta quinta, as operadoras vencedoras precisarão investir em infraestrutura para oferecer a conexão, como instalação de fibras ópticas. O 5G vai exigir muito mais antenas para entregar todo o seu potencial – uma preocupação das empresas, já que as regras para instalação dos equipamentos são definidas por cada município.

- Vai ser mais caro?

Normalmente, as operadoras não oferecem acesso exclusivo a um tipo de tecnologia de rede, mas cobram pela franquia de dados utilizada.

Elas ainda não definiram se haverá reajustes nos preços de pacotes de dados, pois vão levar meses até que a tecnologia esteja disponível.

A previsão é que o acesso ao 5G seja mais restrito no início por dois motivos: uma cobertura menor, primeiramente centrada nas capitais, e a compatibilidade de poucos celulares – que atualmente são os mais caros do mercado.

- Preciso trocar de celular?

Para aproveitar as vantagens da nova conexão, o usuário vai precisar de celular compatível com a tecnologia 5G. Dentre os que já são vendidos no Brasil, maioria são modelos mais sofisticados, como o iPhone 13 e o Galaxy S21, na faixa dos R$ 6 mil ou mais.

Há outros modelos menos potentes à venda, como o Samsung Galaxy A32 5G e Motorola moto g 50 5G, na faixa dos R$ 2 mil. Com o tempo, a tendência é que todos incorporem a compatibilidade, assim como aconteceu com o 4G.

Porém, as redes 4G, 3G e 2G não vão acabar e os celulares atuais continuarão funcionando com essas conexões.

Além disso, a tecnologia não deve substituir a internet fixa. Embora o 5G seja muito potente e prometa velocidades maiores até do que as que temos em casa, a tendência é que a rede móvel sirva como um complemento.

- O que é o 5G anunciado pelas operadoras atualmente?

Algumas operadoras já fazem propagandas sobre o 5G, mas esse ainda não é o 5G "puro". Na verdade, a tecnologia oferecida atualmente é o 5G DSS (Compartilhamento Dinâmico de Espectro, da sigla em inglês), que funciona como transição entre a quarta e a quinta geração da rede. Essa tecnologia usa as mesmas frequências do 4G e oferece uma velocidade maior, mas não chega a entregar o potencial máximo do 5G.

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