Policial morre após transplante capilar; entenda os riscos do procedimento
Procedimento envolve riscos como infecção, complicações na cicatrização e resultados insatisfatórios
Weslley Marques dos Santos, de 32 anos, escrivão da Polícia Civil de São Paulo, morreu após passar mal durante um transplante capilar realizado em uma clínica na região central da capital paulista. O caso levanta questões sobre os riscos envolvidos nesse tipo de procedimento. Entenda os riscos e como é feito o processo.
Quais são os riscos do transplante capilar?
O transplante capilar é um procedimento cirúrgico que, como qualquer intervenção médica, apresenta riscos. Entre os mais comuns estão:
- Infecção: incomum, mas pode ocorrer se os cuidados pós-operatórios não forem seguidos corretamente;
- Sangramento e inchaço: pode afetar tanto a área doadora quanto a receptora, incluindo inchaço na testa e ao redor dos olhos;
- Cicatrização inadequada: mais frequente no método Transplante de Unidade Folicular (FUT), que deixa cicatriz na área doadora;
- Perda temporária dos fios transplantados: conhecida como eflúvio telógeno, ocorre nas primeiras semanas e os fios voltam a crescer depois de alguns meses;
- Resultados insatisfatórios: podem ocorrer se não houver planejamento adequado, resultando em crescimento irregular dos fios.
Embora a morte não seja um risco comum do procedimento, especialistas enfatizam a necessidade de investigação. "Diante do falecimento do paciente, consideramos fundamental que as autoridades competentes realizem uma investigação detalhada para esclarecer as circunstâncias do ocorrido", afirma Anna Cecília Andriolo, dermatologista e presidente da Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar (ABCRC).
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Para minimizar os riscos, a escolha de um profissional qualificado é essencial. Além disso, é necessário seguir todas as orientações médicas antes e depois da cirurgia. "A escolha de uma clínica ou hospital que siga todas as normas sanitárias e de biossegurança também é essencial para garantir a segurança e o sucesso do procedimento", destaca Andriolo.
Como o transplante capilar é realizado?
O procedimento consiste na redistribuição de folículos capilares retirados da área doadora — geralmente a parte posterior da cabeça — para regiões com rarefação capilar ou calvície. Atualmente, existem duas principais técnicas utilizadas no Brasil:
- Transplante de Unidade Folicular (FUT): também conhecida como "técnica da faixa", envolve a remoção de uma faixa de couro cabeludo da área doadora, da qual os folículos são extraídos e implantados na região calva;
- Extração de Unidades Foliculares (FUE): nessa técnica, os folículos são retirados individualmente, sem necessidade de uma incisão extensa, o que pode reduzir a cicatriz visível e acelerar a recuperação.
Ambas as técnicas são realizadas sob anestesia local e são atos médicos privativos, devendo ser feitas apenas por profissionais habilitados, com especialização em dermatologia ou cirurgia plástica.
O que se sabe sobre o caso?
Weslley Marques dos Santos sofreu uma parada cardíaca durante o procedimento no dia 6 de fevereiro. O médico responsável conseguiu reanimá-lo, e ele foi encaminhado ao Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). O policial permaneceu internado por cinco dias, mas morreu no dia 11 de fevereiro. O caso foi registrado como morte súbita, e as autoridades aguardam laudos periciais para determinar a causa do óbito.
A investigação está a cargo do 5º Distrito Policial, da Aclimação. O médico que realizou o procedimento tem inscrição regular no Conselho Regional de Medicina (CRM) e especialização em anestesiologia. Segundo o Conselho Federal de Medicina, transplantes capilares podem ser realizados tanto em hospitais quanto em clínicas especializadas.
A Prefeitura de São Paulo foi acionada para verificar se a clínica onde o procedimento ocorreu tem autorização para funcionamento. A instituição e o médico responsável também foram procurados para comentar o caso, e o texto será atualizado com qualquer novo posicionamento.
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