Policiais civis voltam a ocupar Jacarezinho em operação para substituir UPPs
O objetivo é iniciar o Cidade Integrada, mais um programa que prevê a ocupação policial e social de comunidades pobres no Estado
Oito meses após a operação que resultou em 28 mortos no Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, 1,2 mil policiais civis voltaram a ocupar a comunidade na manhã desta quarta-feira, 19. O objetivo é iniciar o Cidade Integrada, mais um programa que prevê a ocupação policial e social de comunidades pobres no Estado. As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), criadas em 2008, foram a tentativa mais famosa desse tipo de intervenção nas favelas do Rio de Janeiro.
Os agentes da Polícia Civil saíram da Cidade da Polícia, que fica ao lado da comunidade. Até o início da manhã, não havia registro de tiroteios nem de prisões. Em contraste, a ação do ano passado no Jacarezinho foi a mais letal da história do Rio. Dos mortos, 27 eram civis. Segundo a Polícia Civil, foram abatidos em tiroteios. Há, porém, investigações do Ministério Público sobre supostas execuções de pessoas já rendidas e desarmadas.
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"Damos início a um grande processo de transformação das comunidades do Estado do Rio", escreveu o governador Cláudio Castro (PL) no Twitter. "Foram meses elaborando um programa que mude a vida da população levando dignidade e oportunidade. As operações de hoje são apenas o começo dessa mudança que vai muito além da segurança."
Castro prometeu que, no próximo sábado, detalhará os projetos. O governador, um ex-vice pouco conhecido, assumiu o cargo após o impeachment de Wilson Witzel (PSC) e agora tenta se cacifar à reeleição. Em maio, ele anunciou que reformularia o programa das UPPs. Depois de um início bem sucedido, o projeto, lançado no governo Sérgio Cabral (2007-2014), entrou em crise. Traficantes que tinham recuado dos territórios que dominavam voltaram a agir ostensivamente nas comunidades. Tiroteios e venda de drogas à luz do dia voltaram a ser rotina nesses bairros.
O Cidade Integrada prevê investigações da Polícia Civil para desestruturar as quadrilhas e patrulhamento das ruas das comunidades pela PM, para garantir a segurança. Também haverá, segundo o planejado, investimentos em obras em ações sociais.
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