PF pede afastamento de Ramagem por suposto uso político da Abin, mas STF nega
Procuradoria-Geral da República foi contra o afastamento, argumentando que o mandato parlamentar deve ser resguardado
A Polícia Federal (PF) solicitou o afastamento do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sob investigação por possível utilização da estrutura da instituição para atender a interesses pessoais e políticos de Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente. No entanto, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso, negou o pedido.
A PF alegou que a Abin, durante a gestão de Ramagem, atuava em prol do extrato político nacional, sendo supostamente loteada com aliados do governo, formando uma "estrutura paralela". Os investigadores afirmaram que o deputado teria "incentivado e acobertado" um esquema de arapongagem, utilizando a informalidade como meio de ação para não deixar rastros.
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi contra o afastamento, argumentando que o mandato parlamentar deve ser resguardado, especialmente porque Ramagem não está mais à frente da Abin há mais de um ano. O procurador-geral Paulo Gustavo Gonet Branco destacou a falta de justificativa para afastá-lo da Câmara.
O STF determinou o afastamento de sete policiais federais cedidos à Abin durante o governo Bolsonaro, mas manteve o mandato de Ramagem. O ministro Moraes afirmou que, apesar da gravidade das condutas atribuídas ao deputado, neste momento da investigação, não se vislumbra a atual necessidade de seu afastamento, ressalvando a possibilidade de reanálise se ele voltar a utilizar suas funções para interferir nas investigações.
A Operação Vigilância Aproximada realizou buscas nos endereços ligados a Ramagem nesta quinta-feira (25), resultando na apreensão de computadores, documentos e pendrives na casa e no gabinete do deputado.
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