VÍDEO: Paraense relata drama da família com inundações no Rio Grande do Sul

Larissa Santos, de 26 anos, de Abaetetuba, compartilha dia a dia em meio a uma das maiores inundações já vistas no estado gaúcho

Amanda Engelke
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A paraense Larissa Santos, de 26 anos, está vivendo um drama na cidade de Canoas, no Rio Grande Sul, devido às inundações que assolam a região. Natural de Abaetetuba, no nordeste paraense, Larissa se mudou para Canoas em 2020. Ao Grupo O Liberal, ela compartilhou nesta segunda-feira (6) que parte de sua família está em um abrigo desde o final de semana, quando as águas tomaram o bairro onde moram, Mathias Velho, e o seu, Mato Grande. Ela se abrigou na casa da sogra.

"Na nossa região, as evacuações começaram na quinta-feira (2) com carros passando nas ruas pedindo para as pessoas deixarem suas casas. Minha família mora no início de outro bairro, Mathias Velho. Lá, as águas vieram do final, e quando alcançaram a entrada, já era sábado pela manhã, que foi quando começaram a sair. No bairro onde moro, saímos na sexta-feira à tarde, por volta das 15h. No sábado, o bairro já estava todo alagado”, contou Larissa.

Apesar de ter presenciado eventos climáticos desde que se mudou, Larissa diz que nada se compara ao que está vivendo agora. O primeiro impacto mais significativo que ela teve foi em 2022. “Foi quando presenciei pela primeira vez chuva de granizo e uma ventania forte. Fiquei muito assustada. Tivemos alguns prejuízos em casa, mas tudo foi resolvido em um curto período. No ano passado, houve outra subida dos rios, mas não foi tão grave quanto agora”, disse.

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Sem conseguir trabalhar, ela está recebendo ajuda e direcionando para a família no abrigo. “Os amigos de ensino médio do IFPA (Instituto Federal do Pará) estão me ajudando diretamente. Eles me enviaram uma quantia por PIX, e hoje já consegui comprar fraldas para as crianças, absorventes e lenços umedecidos, porque, como não há água, as pessoas não podem tomar banho ou fazer sua higiene pessoal”, diz, acrescentando que no abrigo é fornecido refeições, lanches e água.

image A paraense Larrisa Santos passa o dia no abrigo com os familiares (Arquivo Pessoal)

No abrigo em Canoas, estão 15 pessoas da família de Larissa, incluindo sua avó, tias, primos, crianças e os maridos de suas tias. Em Mato Grande, com ela, moram seu marido, Kauan, seu sogro, Maicon, e dois cachorros, Tobby e Bella, um de cinco anos e outro de sete meses. Eles estão abrigados na casa da sogra, em uma parte da cidade não alagada. “Durante o dia fico com a minha família, mas pra não tirar o pouco espaço que eles já tem aqui no abrigo vou para (a casa) minha sogra”.

Situação no Rio Grande do Sul

De acordo com o boletim divulgado pela Defesa Civil na tarde desta segunda, o número de mortos em razão dos temporais que atingem o Rio Grande do Sul subiu para 83. Há ainda 4 mortes em investigação. Além disso, são registrados 111 desaparecidos e 291 pessoas feridas.

Segundo o levantamento da Defesa Civil, 149,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 20 mil em abrigos e 129,2 mil desalojadas, hospedadas em casas de familiares ou amigos. No total, 364 dos 496 municípios do estado enfrentaram problemas, impactando 873 mil pessoas.

A previsão de chuva a partir da metade desta semana em áreas já afetadas por temporais mantém o estado em alerta.

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