Pai do condutor de Porsche que matou motorista de aplicativo é denunciado pela ex-mulher
A mulher acusa Fernando Sastre de violência física, tortura, sequestro, ameaças e abusos psicológicos
O pai do motorista da Porsche que matou um motorista de aplicativo no final de março, em São Paulo, foi denunciado pela ex-mulher, que o acusa de violência física, tortura, sequestro, ameaças e abusos psicológicos. As informações foram divulgadas pela coluna True Crime do jornal O Globo.
Na primeira denúncia, feita em 12 de julho de 2023, na 5ª Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo, a modelo Eliziany Silva, de 48 anos, afirma ter sido agredida por Fernando Sastre de Andrade, em julho de 2018, com tapas no rosto e empurrões. Ele também a teria ameaçado enforcá-la com um cabo de carregador e, em seguida, com as próprias mãos, segundo o relato da mulher.
Em um segundo boletim de ocorrência, datado de 28 de novembro de 2023, na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, ela cita outra agressão, que teria ocorrido em dezembro de 2021, quando o empresário saiu para jantar com ela, a filha, Rhillary, e sua irmã, Salete. Após deixar as duas em casa, ela teria passado mal no carro e chegou a desmaiar - a mulher culpa a bebida. No dia seguinte, Eliziany afirma acordou em um motel nua e com as partes íntimas sangrando. Ela teria sido impedida de deixar o motel por Fernando, que também a forçou a realizar uma consulta virtual para obter medicamentos para controlar o sangramento, conforme relato registrado na polícia.
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Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, o dono e condutor da Porsche envolvida no acidente que matou um motorista de aplicativo no final de março, não consta nas acusações, mas a modelo afirma já ter levado um soco no rosto dele.
Segundo a denúncia da mulher, tanto o pai quanto o filho são agressivos. À reportagem, ela citou outros episódios de violências que não foram registrados na polícia.
"Teve um dia que achei que ia morrer. Ele me bateu e aplicou um mata-leão tão forte que perdi os sentidos", disse ela, acrescentando que as ameaças de morte se intensificaram. No ano passado, ela solicitou uma medida restritiva contra Fernando pai, porém, o pedido foi negado pela Justiça.
“Nota-se que a última violência relatada pela ofendida ter-se-ia dado há cinco anos, oportunidade na qual ela não registrou os fatos em sede policial ou requereu cautelas, o que revela que ela não se sente em concreta situação de risco”, escreveu a juíza Tatiana Vieira Guerra. “Ademais, no que toca aos fatos recentes, vê-se que a vítima apresentou versão demasiadamente genérica, limitando-se a dizer que se sentiria 'desconfiada' de ser vigiada por terceiros, supostamente a mando do requerido...”, acrescentou a magistrada.
A modelo também reivindica uma parte da fortuna do empresário. “O Fernando não tinha nada quando me conheceu. Andava numa Pajero TR4, aquelas bem apertadinhas. Agora tem Porsches e um punhado de carros de luxo. Quero o que é meu”, declarou.
Fernando pai não se pronunciou e o processo de separação corre em sigilo.
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