Padre mineiro é preso suspeito de produzir pornografia infantil
Investigações feitas após denúncia de um membro da Igreja levaram à descoberta de imagens que comprovam o crime
Um padre mineiro de 59 anos foi preso em São Paulo (SP), na última quarta-feira (3), por produzir e armazenar conteúdo de pornografia infantil. A prisão, feita em flagrante, resultou de investigações iniciadas em 30 de março deste ano, após um membro do alto escalão da Igreja Católica procurar a corporação para fazer uma denúncia.
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Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em São João del-Rei, na região do Campo das Vertentes (MG), em São Paulo (SP) e em Goiás (GO). Durante as buscas, foram encontrados celulares tanto do padre quanto de uma vítima, sendo que no aparelho do investigado foram achadas fotos de um adolescente sem roupa.
Segundo o delegado Evandro Radaelli, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, foram encontradas imagens que comprovam os atos investigados, incluindo fotos em que o padre aparece ao lado de adolescentes. No entanto, em nenhuma delas o religioso aparece sem roupa.
A Polícia Civil afirmou que o adolescente que aparece nessas fotos mora em São João del-Rei, mas viajava com frequência para São Paulo para visitar o padre. Até o momento, uma vítima foi confirmada, mas é possível que existam outras. "A gente ainda tem muitos elementos a colher, mas existe a possibilidade da existência de outras", explicou o delegado.
Conforme investigação da Polícia Civil, o padre é natural de São João del-Rei, onde mantém um projeto social, e trazia os meninos de Goiás - onde o suspeito também exerceu a função de padre - para o local, que atende cerca de 300 crianças e adolescentes. Em São Paulo funcionava outra unidade do projeto, motivo pelo qual o religioso transitava frequentemente entre as duas cidades.
A Polícia Civil vai investigar onde os abusos aconteciam e como o suspeito conseguia autorização das famílias para levar as crianças para o projeto social. Os investigadores reforçam a importância de outras possíveis vítimas também fazerem denúncias do caso.
Em nota, a Ordem dos Pregadores Dominicanos, da qual o padre faz parte, se solidarizou com as vítimas e afirmou que desde o recebimento da denúncia, em março deste ano, foram tomadas as medidas necessárias.
“Desde então, ele foi proibido de exercer o ministério sacerdotal, de trabalhos que o levassem a ter contatos com menores, de frequentar as cidades de São Paulo e de Goiás. O religioso, contudo, estava desobedecendo a algumas das disposições”, afirmou a organização.
Ainda segundo a Ordem dos Pregadores Dominicanos, as obras sociais que o religioso preside e para as quais arrecada fundos são de iniciativa pessoal e nunca tiveram permissão dos legítimos superiores da Ordem. “Ele realizava essas atividades à revelia das orientações das autoridades da Ordem no Brasil”, disse a nota.
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