Nova certidão de óbito reconhece que Rubens Paiva foi morto violentamente durante a ditadura
Novo documento esclarece que a morte foi causada de forma violenta pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar
A certidão de óbito do engenheiro e ex-deputado federal Rubens Paiva, foi atualizada pelo cartório brasileiro. O novo documento esclarece que a morte foi causada de forma violenta pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.
A declaração, emitida pelo Cartório da Sé, na capital paulista, inclui um trecho que afirma: “Procedo a retificação para constar como causa da morte de Rubens Beyrodt Paiva, o seguinte: não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964.”
Essa mudança na certidão atende a uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), aprovada em 13 de dezembro do ano passado. A medida foi aprovada por unanimidade e determina que os cartórios de todo o Brasil realizem a retificação dos registros de mortos e desaparecidos durante a Ditadura Militar.
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Rubens Paiva
Rubens Paiva foi um engenheiro e político brasileiro, conhecido por sua atuação como deputado federal durante a década de 1960. Nascido em 1938, ele se destacou por seu engajamento em causas sociais e políticas, especialmente durante o período da ditadura militar que se instaurou no Brasil em 1964.
Paiva se tornou uma figura emblemática da resistência à repressão política. Ele foi sequestrado em 1971 por agentes do Estado e desapareceu, tornando-se uma das muitas vítimas da violência do regime militar. A morte só foi reconhecida oficialmente muitos anos depois, e sua história é frequentemente mencionada em discussões sobre os direitos humanos e a memória das vítimas da ditadura.
Ainda Estou Aqui
A história de Rubens Paiva é contada no filme "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles. O longa foi indicado ao Oscar 2025 em três categorias: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, para Fernanda Torres.
O filme é inspirado no livro de Marcelo Rubens Paiva retrata as memórias do autor e da mãe, Eunice Paiva. Em 1971, Eunice passou a criar os cinco filhos sozinha, após o marido, o deputado Rubens Paiva, ser preso por agentes da ditadura. Durante 40 anos, ela procurou a verdade por trás do desaparecimento.
Além do sucesso nas indicações ao Oscar, "Ainda Estou Aqui" já conquistou prêmios importantes, incluindo o troféu de Melhor Roteiro no Festival de Veneza 2024. O filme também se tornou um fenômeno de bilheteria no Brasil, atraindo mais de três milhões de espectadores desde sua estreia.
*(Pedro Garcia, estagiário de jornalismo, sob supervisão de Mirelly Pires, editor web de OLiberal.com)
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