Uso da internet passa dos 90%, mas Norte é a 2ª região com menor acesso do país

Dados são da Pnad Contínua do IBGE divulgada nesta sexta-feira (16)

Camila Guimarães

O Norte foi a região que apresentou a maior taxa de crescimento do uso de internet por domicílios no país, no intervalo de 2022 para 2023, entretanto, ainda é a segunda região com menor acesso do Brasil - é o que revelam os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (16).

A Pnad Contínua afirma que, no último ano, o uso de internet no Norte aumentou 2,2 pontos percentuais (p.p.), saindo de 88,2% em 2022 para 90,4% em 2023. Foi o maior aumento em relação às taxas das demais regiões. Por outro lado, o uso de internet nas outras regiões do Brasil permanece superior, com exceção apenas no Nordeste (89,1%). A região com mais uso de internet no Brasil é o Centro-Oeste, onde 95,4% dos domicílios estão conectados à rede mundial de computadores.

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No cenário nacional, o percentual de usuários da internet vem crescendo desde 2016, ano inicial da série, quando 66,1% da população brasileira de 10 anos ou mais de idade havia utilizado internet no período de referência, passando de 79,5%, em 2019, para 88%, em 2023.

Neste recorte, Norte (85,3%) e Nordeste (84,2%) permaneceram com o menor percentual do país em 2023, enquanto nas demais regiões é maior a taxa de pessoas com 10 anos ou mais acessando a rede: Centro-Oeste (91,4%); Sudeste (89,9%) e Sul (89,2%).

Uso de celular no Norte ainda é um dos menores do país

Outro aspecto revelado pela Pnad Contínua foi quanto à posse de telefone celular para uso pessoal, equipamento que é, atualmente, o mais utilizado pelos brasileiros para acessar a rede (no ano passado, 96,7% da população de 10 anos ou mais que possuía telefone móvel tinha conexão com a rede mundial de computadores no aparelho).

Em 2023, Norte (81,2%) e Nordeste (81,9%) foram as regiões com a menor taxa de uso de celular, ao passo que as demais Grandes Regiões apresentaram percentuais que variaram de 90,0% (Região Sul) a 92,1% (Região Centro-Oeste).

A pesquisa levantou os principais motivos de não ter telefone celular para uso pessoal no Brasil, mas não apresentou o recorte por regiões. No País, dentre os motivos alegados, os três que mais se destacaram agregaram, em conjunto, mais de 70% das pessoas de 10 anos ou mais de idade que não tinham esse aparelho: 27,8% alegaram que não sabiam usar telefone móvel celular; 23,4%, que o aparelho telefônico era caro; e 21,2%, falta de necessidade em ter telefone móvel celular. Os demais motivos elencados foram:

  • Costumavam usar o telefone móvel celular de outra pessoa (11,3%);
  • Preocupação com privacidade ou segurança (6,1%);
  • Serviço era caro (2,5%);
  • Serviço de telefonia móvel celular não estava disponível nos locais que costuma frequentar (0,8%).
  • Além desses, 6,9% das pessoas apontaram outro motivo, que não se enquadrava nos demais pesquisados.

Sem acesso à internet

O outro lado da moeda, também investigado pela pesquisa, é sobre a não utilização de internet. No país, em 2023, 12% das pessoas de 10 anos ou mais de idade não utilizaram a internet no período pesquisado. Estima-se que esse grupo era constituído por 75,5% de pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, e que 51,6% eram idosos, de 60 anos ou mais.

No Brasil, uma das razões para o não acesso à internet foi a indisponibilidade do serviço - relatado por 2,5% das pessoas, sendo o motivo menos recorrente no território nacional. Entre todas as regiões em que ocorreu, foi no Norte onde o problema foi mais relatado: 7,6% das pessoas de 10 anos ou mais deixaram de usar internet por indisponibilidade. A taxa variou nas demais Grandes Regiões, entre 1,4% (Região Sul) e 4,5% (Região Centro-Oeste).

Confira dados por regiões

Domicílios com utilização da Internet em 2023

  • Norte - 90,4%
  • Nordeste - 89,1%
  • Centro-Oeste -  95,4%
  • Sudeste - 94,1%
  • Sul - 93,5%

Pessoas com telefone móvel celular para uso pessoal

  • Norte - 81,2%
  • Nordeste - 81,9%
  • Centro-Oeste - 92,1%
  • Sudeste - 90,9%
  • Sul - 90%
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