Mulher teve morte cerebral provocada por reação alérgica após pintar o cabelo

Uma mulher teve reação alérgica ao pintar o cabelo e veio a óbito três dias após o procedimento. Karine de Oliveira Souza, de 34 anos, chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros no salão de beleza em que pintava o cabelo e chegou a ser internada no hospital na última quarta-feira (10), mas teve morte cerebral confirmada no sábado (13). O caso ocorreu em Catalão, no sudeste de Goiás.

A amiga da vítima, Thais da Costa Tomé, de 30 anos, revelou que Karine era asmática e, já havia passado mal anteriormente ao aplicar a tintura no cabelo em casa, em dezembro do ano passado. A moça precisou ser levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade em decorrência da alergia. 

“Ela ficou muito ruim, muito ruim mesmo. Ela deu uma crise de asma, fechou glote, teve que usar adrenalina, corticoide, foi bem sério mesmo”, afirmou.

Para solucionar o problema com o cosmético, cerca de um mês depois, Karine comentou com a amiga, que havia encontrado uma pintura antialérgica importada e que iria testá-la. Thais disse que ficou 1h30 em chamada de vídeo com a colega e, que ‘graças a Deus, não deu nada nesse dia’.

Encorajada por poder realizar o procedimento estético sem que nada acontecesse, a vítima decidiu levar a tintura para o salão, na última quarta. De acordo com Thais, a amiga não chegou a comentar nem com a cabeleireira e nem com a dona local que já havia tido reação alérgica ao produto.

“Quando terminou de passar a tinta na raiz, ela já pediu para a cabeleireira lavar, porque estava com coceira nas mãos e no couro cabeludo. Mesmo lavando o cabelo rapidamente, ela já desacordou. Foi muito rápido, foi um choque anafilático”, relata Thais, alegando que a Karine passou mal instantaneamente após usar o produto.

Órgãos não puderam ser doados

Complicações no organismo de Karine impediram médicos de realizarem captação de órgãos dela para doação, na madrugada desta segunda-feira (15).

“A equipe [de captação de órgãos] veio, porém, [a doação] não foi feita. Por questões técnicas, não foi possível fazer a doação, não teve condições”, disse em comunicado.

O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Catalão para ser liberado pelo irmão da vítima. Local e horário de velório e enterro ainda não foram definidos, de acordo com Thais.

Investigação

A morte de Karine segue sendo investigada pela Polícia Civil. De acordo com a delegada Luiza Veneranda, responsável pelo caso, o inquérito foi instaurado na semana passada e, na manhã desta segunda-feira, a proprietária do salão de beleza foi ouvida na delegacia.

Ainda segundo Luiza Veneranda, foi feito contato com o médico que acompanhava o caso de Karine e requisitado exame cadavérico ao IML para esclarecer a causa da morte.