Mulher, negra e enfermeira é primeira a receber dose da Coronavac

O emergencial da vacina contra covid-19 foi aprovado neste domingo

Redação Integrada e Agência Estado

Uma enfermeira negra do hospital Emílio Ribas, que está há oito meses na linha de frente do combate ao coronavírus, foi a primeira brasileira a receber neste domingo uma dose da vacina Coronavac, tão logo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial da vacina contra covid-19.

Trata-se da enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, moradora de Itaquera, com perfil de alto risco para complicações da covid-19. Ela é obesa, hipertensa e diabética. Ela recebeu a vacina no Hospital das Clínicas, onde o governador João Doria faz um pronunciamento após a aprovação.

Apesar de se enquadrar nessas condições, em maio do ano passado, no auge da primeira onda da doença, ela se inscreveu para vagas de CTD (Contrato por Tempo Determinado), escolhendo trabalhar no Emílio Ribas, no epicentro do combate à pandemia.

Quem aplicou a primeira vacina no Brasil foi a também enfermeira, Jéssica Pires de Camargo, de 30 anos, funcionária do Controle de Doenças e Mestre de Saúde Coletiva pela Santa Casa de São Paulo.

O jornalista e diretor de Marketing do Grupo Liberal, Rodrigo Vieira, está em São Paulo, nesta tarde histórica que dá início à vacinação contra a covid-19, e conta como está o clima dos paulistanos e dos brasileiros após a primeira brasileira ser vacinada com a Coronavac, do Instituto Butantan.

Quando começaram os testes clínicos da vacina Coronavac pelo Instituto Butantã, ela também se voluntariou para os testes. No começo deste ano, ela contou em reportagem ao site do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren) que já tinha tomado duas doses e não teve nenhum tipo de reação. "Sou monitorada periodicamente. Além disso, há um canal do WhatsApp pelo qual entram em contato semanal comigo", explicou. Como ela foi escolhida agora para tomar a vacina, pode-se imaginar que ela tinha tomado placebo.

Conforme o Estadão apurou, os profissionais que participaram da fase três dos testes clínicos e receberam placebo serão avisado nos próximos dias e deve ocorrer um mutirão para vaciná-los.

Antes de fazer faculdade de Enfermagem, Mônica atuou como auxiliar da área por 26 anos. O diploma foi obtido aos 47. "Quem cuida do outro tem que ter determinação e não pode ter medo. É lógico que eu tenho me cuidado muito a pandemia toda. Preciso estar saudável para poder me dedicar. Quem tem um dom de foicuidar do outro sabe sentir a dor do outro e jamais o abandona," disse Mônica, de acordo com a assessoria de imprensa do Emílio Ribas.

A enfermeira é viúva e mora com o filho Felipe, de 30 anos. Seu irmão caçula, de 44 anos, auxiliar de enfermagem, chegou a se contaminar e ficou internado por 20 dias com a doença.

No início do ano, ela deu uma entrevista ao Estadão em reportagem que falava sobre o clima da segunda onda da pandemia entre os trabalhadores de serviços essenciais. Na ocasião, ela contou que tinha medo da pressão do aumento de contágio sobre a rede de saúde pública, mas que estava esperançosa com a vacina. "Na primeira onda, a gente tinha os hospitais de campanha. Agora, está mais complicado", relatou. A última unidade do tipo que funcionava na capital paulista era o Hospital do Ibirapuera, zona sul, foi fechada em 26 de setembro.

"No Pronto Atendimento de São Mateus (zona leste), não temos estrutura para o paciente ficar internado. Solicitamos vaga e esperamos", contou ela sobre o outra unidade de saúde onde trabalha.

Uso emergencial

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, por unanimidade, neste domingo (17), o uso emergencial da Coronavac e da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. A reunião da agência teve início às 10h10 e durou pouco menos de cinco horas.

EM entrevista coletiva também neste domingo, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, garantiu que as doses começam a ser distribuídas para os Estados nesta segunda (18) e a vacinação inicia na quarta-feira (20), às 10h

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱

Palavras-chave

Brasil
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BRASIL

MAIS LIDAS EM BRASIL