MPF pede condenação de influencer Júlio Cocielo por racismo
Se condenado, o influencer pode enfrentar uma pena de até cinco anos de prisão
O Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação do influenciador Júlio Cocielo por uma série de postagens realizadas no X, anteriormente conhecido como Twitter, de 2011 a 2018. O MPF identificou nove vezes em que Cocielo teria manifestado preconceito racial em suas redes sociais.
O caso começou depois que Cocielo comentou, durante a Copa do Mundo de 2018, que o jogador francês Mbappé “conseguiria fazer uns arrastão top na praia hein”. Essa declaração gerou uma forte reação negativa nas redes, levando o influenciador a apagar aproximadamente 50 mil tweets de seu perfil e publicar um pedido de desculpas.
“Ainda que o réu seja humorista, não é possível vislumbrar tom cômico, crítica social ou ironia nas mensagens por ele publicadas. Pelo contrário, as mensagens são claras e diretas quanto ao desprezo do réu pela população negra”, destacou o procurador da República João Paulo Lordelo nas alegações finais apresentadas pelo MPF na 1° Vara de Justiça Federal de Osasco (SP), em novembro deste ano.
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A denúncia contra o influencer, inicialmente, foi apresentada pelo Ministério Público de São Paulo na Justiça estadual, mas em 2021, o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu não prosseguir com a acusação. No ano seguinte, a responsabilidade pelo caso foi transferida para o Ministério Público Federal (MPF), após ser estabelecido que a Justiça Federal tinha competência para julgá-lo.
Conforme divulgado pelo órgão nesta quarta-feira (03), o processo está em sua etapa final na primeira instância e teve seu sigilo suspenso em dezembro de 2022. Se condenado, o influencer pode pegar uma pena de até cinco anos de prisão, segundo o MPF.
Em 2018, quando as publicações repercutiram, o influencer chegou a publicar um pedido de desculpas no qual admitia que fez “um comentário muito zoado, muito mal explicado”. “A gente só precisa prestar atenção nas estatísticas. Por exemplo, muito negro morre sendo confundido com bandido. (...) A gente só precisa se informar. No meu caso, a minha ignorância foi combatida com conhecimento (...) “Sem querer, espalhei o ódio”, disse Cocielo na época.
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