Motorista de aplicativo é morto a facadas na porta de hospital
O homem não chegou a dar entrada na unidade de saúde e morreu dentro do carro
Alexandre Jorge Monteiro de Sousa, de 40 anos, trabalhava como motorista de aplicativo quando foi morto entre o fim da noite desta segunda (8) e a madrugada de terça-feira (9), no Rio de Janeiro. Ele havia acabado de terminar uma corrida quando teria sido atacado a facadas. Ferido, ele conseguiu dirigir por cerca de três quilômetros em busca de socorro na emergência do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), mas acabou morrendo dentro do carro.
O homem não chegou a receber atendimento ou ser abordado por seguranças. Testemunhas dão conta de que Alexandre estava com várias marcas de perfurações pelo corpo, sendo muitas delas no pescoço.
O Instituto Médico Legal (IML) informou que Alexandre foi atingido por quatro facadas: uma no pescoço, uma no abdômen do lado esquerdo e outras duas superficiais no ombro. Os peritos afirmam que o motorista morreu de hemorragia interna e externa.
Uma câmera de segurança de um estabelecimento nas proximidades do hospital registrou quando Alexandre chegou ao local, às 23h53m, pela contramão, e parou em frente à emergência do hospital, que estava com as luzes apagadas. Na unidade de saúde, cartaz informa "Não temos emergência". A vítima não chegou a descer do carro.
Às 0h56m, os seguranças do hospital se aproximaram e olharam o carro de Alexandre. Eles chamaram os dois PMs que estavam lanchando nas proximidades.
A esposa da vítima, a técnica de enfermagem Samila de Souza Barbosa da Silva, de 32 anos, acompanhou a perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) no corpo e no carro de Alexandre. A mulher afirmou que houve "negligência" no caso.
“Eu, como profissional da saúde, me sinto derrotada. A gente faz um juramento e aqui esse juramento não existiu. Foi negligência. Os seguranças, aos invés de abrirem o hospital (para salvar o meu marido), eles só chamaram a polícia. Eles poderiam ter salvo o meu marido. A pessoa morre pedindo socorro e ninguém faz nada? É isso? Ele não era ladrão. Era trabalhador. Porque o ladrão está vivo e ele ali morto. Faz o que agora? Chora? Enterra? Ele é só mais uma estatística agora, né?”, desabafou.
Em nota, a direção do HFB lamentou a morte do homem e afirmou que ele não chegou a dar entrada na unidade.
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