Motorista come sanduíche gourmet e entrega ‘podrão’ a cliente
Em vez de lanche com pão artesanal, consumidora recebe hot-dog comum de rua
A história só apareceu graças, claro às redes sociais, que viralizam esse tipo de ‘absurdo do cotidiano’. A dona de um estabelecimento de comida relatou, em uma série de postagens, o caso envolvendo um motorista de aplicativo, suspeito de de ter comido o lanche que iria entregar para a cliente de uma lanchonete em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, e dado no lugar o famoso “podrão” de rua.
O sanduíche era para ser gourmet, um cachorro-quente feito de pão artesanal preto com gergelim, de 17 centímetros, recheado com linguiça, cebola caramelizada, maionese de bacon, parmesão fresco ralado, cheddar e calabresa. Mas o que chegou na casa da consumidora foi um hot-dog com pão de leite com milho, o popularmente conhecido "podrão".
Ontem aconteceu uma coisa que eu nunca imaginei que poderia acontecer na minha vida. Eu estou incrédula com a cara de pau da pessoa até agora.
— Bruna Tate (@Dumzinha) August 24, 2020
Vamos la...
Vocês se lembram desse vídeo aqui?
Pois bem, guardem essa informação.. pic.twitter.com/bsTNjsAjdw
"Era um cachorro quente desses de rua, que você come depois da balada às 6am, que eu amo, mas não foi o que a cliente pediu", afirmou uma das donas do Tate's Artesanal. "Como um lanche saiu da minha casa e magicamente se transformou num podrão do Ailton? (Galera da PS tá ligada) Sendo que eu nem tenho esses ingredientes na minha casa. Então eu disse 'Renata, o motorista deve ter comido! Não tem outra explicação. Não tem como!'".
Bruna Tate, como assina no Twitter, disse que a cliente ludibriada é freguesa da casa, conhece o cardápio e o sanduíche que pediu. Então, quando ela viu o sanduíche, como dizer, diferente, ela entrou em contato, conforme Bruna contou, para avisar do engano.
"Eu tomei um susto, porque junto com o dela eu só fiz mais um pedido, que era um parmesão de salsicha", disse a dona da lanchonete. "Antes que eu pudesse falar qualquer coisa ela continuou: 'Veio com milho, queijo ralado e nenhum molho'. Nessa hora eu me assustei mais ainda porque nós só temos um lanche com milho e nesse dia eu NÃO TINHA VENDIDO NENHUUUUM COM MILHO !!!!!! Na mesma hora eu disse 'Renata, tira uma foto e me manda por favor'. Assim ela o fez".
Erros
A cliente, Renata Ávila, confundiu-se ao fazer o pedido no aplicativo 99. Ao invés de solicitar a modalidade de “entregas”, geralmente feita por motociclistas, ela escolheu o “99 Pop”, que realiza viagens comuns com passageiros de um destino para outro.
Bruna Tate relatou nas redes sociais que identificaram o engano no aplicativo, mas o motorista já estava próximo da sua casa.
“Ate aí tudo bem, caso o motorista se negasse a realizar a entrega, ela [Renata] pediria outro carro. Minha esposa desceu com o pedido, confirmou o motorista, a foto e o carro. Ele perguntou se ela não iria junto e ela disse que era apenas uma entrega. Ele riu e disse ‘Ah tá, tudo bem, é que eu achei que você fosse junto’. Minha esposa ainda perguntou se a cliente não havia avisado a ele, e ele disse que ‘Não, mas que tudo bem’. Pegou o pacote e colocou no banco do carro. Ele não se negou a levar, apenas questionou porque não sabia que seria uma entrega, mas tudo bem”, explicou Bruna.
O motorista
Bruna, indignada, tentou encontrar o motorista Ian Cury para confrontá-lo. Ela tinha apenas a captura de tela feita no aplicativo com nome, sobrenome, modelo de carro e uma foto em miniatura. Ela acabou por encontrá-lo e o confrontou pelo WhatsApp. Ela nem falou do caso, e disse qye estava “dando a oportunidade de defesa” para o motorista.
Ele disse: “Tua cliente ou você, seja lá quem foi que recebeu ou me entregou, chamou o 99 de passageiro pra largar uma sacola no meu carro. Eu não ativo nem o serviço de entregas, eu não tenho nenhuma responsabilidade sobre itens no carro”, escreveu Ian por mensagem. “Ele disse que ia me processar se eu fizesse isso (expor o caso) que estou fazendo aqui. Ele acha que só porque entregou qualquer coisa no lugar do que eu enviei isso faz dele um herói”, reclamou Bruna.
Trollando a namorada
A empreendedora foi atrás de mais detalhes do motorista e acabou chegando a um vídeo de em 2013, com mais de milhares de visualizações. Bruna quase não acreditou que era o mesmo Ian Cury, mas percebeu que era mesmo que, na filmagem, trollava a namorada fingindo que estava terminando. No vídeo parece que a namorada também está fingindo, parecendo uma armação de ambos.
A empresária tentou entrar em contato com a namorada do motorista, Chayanne Dummont, mas acabou bloqueada. Porém, a jovem blogueira publicou um stories debochando da situação. “Primeiramente, o que eu tenho a ver com isso? Nada. Segunda coisa, eu tô rindo muito. Ian, a pergunta que não quer calar: Você comeu ou não comeu o hot dog da mulher? Porque a mulher falou que ele comeu e botou outro no lugar. E aí, Ian?”, perguntou para o namorado. “Não sei nem porque eu entreguei, porque eu não faço nem entrega, né, mano?”, respondeu Ian.
Desfecho
Na terça-feira (25), Bruna apresentou o desfecho da história. Ela relatou que o motorista comprou o mesmo sanduíche que Renata Ávila havia pedido e enviou uma mensagem no aplicativo de encomendas: “Olá, você pode comer esse cachorro-quente, espero que você entregue para alguém que precise, pois eu não estou passando fome pra precisar disso”. A empresária rebateu a abordagem: “Quem não deve, não teme. Tanto não comeu [o lanche] que está pagando o cachorro-quente. Você sabe que isso poderia ter sido resolvido de outra forma. Não fizemos tudo isso pelo valor do cachorro-quente, e sim pela sacanagem que você fez. Se tivesse nos respondido e assumido o que fez, não teríamos feito nada disso”, garantiu Bruna.
A empresária também relatou que Ian Cury fez um story em seu Instagram dizendo que iria processá-la pela exposição.
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