Morre major Curió, que liderou a repressão à Guerrilha do Araguaia
Ex-agente do Centro de Inteligência do Exército (antigo CIE), ele atuou contra movimentos armados de oposição ao regime e é uma figura emblemática da ditadura militar na Amazônia
Morreu na madrugada desta quarta-feira (17), em um hospital particular em Brasília, o agente da reserva Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o Major Curió, de 87 anos. Como agente do Centro de Inteligência do Exército, o antigo CIE, ele atuou contra movimentos armados de oposição ao regime e foi figura emblemática durante a ditadura militar na Amazônia. Por sua atuação, já foi denunciado por crimes como sequestro, assassinato, tortura e ocultação de cadáver. Internado na noite de segunda, Major Curió sofreu sepse e falência múltipla dos órgãos. As informações sobre a morte dele foram divulgadas pelo Estadão.
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Major Curió foi um dos líderes da repressão à Guerrilha do Araguaia, movimento de resistência à ditadura militar que agiu no sudoeste do Pará nos anos 1970, até ser desmontado pelo Exército em confronto que deixou 67 mortos. Ele chegou a ser denunciado pelo Ministério Público Federal por homicídio e ocultação de cadáveres no embate. No ano de 2009, em entrevista ao Estadão, ele admitiu que executou 41 pessoas no Araguaia.
Na década de 80, Curió ocupou o garimpo de Serra Pelada. Os garimpeiros tiveram de entregar suas armas ao Exército e só podiam vender o que retiraram de lá num posto da Caixa Econômica Federal instalado no local.
Vida política
Ainda na década de 80, se candidatou e foi eleito deputado federal.
Curió ajudou a fundar uma cidade no sul do Pará, Curionópolis, município desmembrado de Marabá. Foi eleito prefeito da cidade no ano 2000.
Segundo o Estadão, há cinco anos, Major Curió vivia recolhido em sua casa na capital federal.
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