Meta remove do Facebook vídeo que incentivava os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro
Após decidir que não removeria, Meta volta atrás e bane o vídeo da plataforma
Voltando atrás da primeira decisão, a Meta, empresa proprietária do Instagram, Facebook e Whatsapp, decidiu remover nesta quarta-feira (22) um vídeo que incitava os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília (DF). O Conselho de Supervisão da Meta decidiu anular a primeira decisão sobre manter o vídeo que promovia os ataques golpistas ao Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Superior Tribunal Federal (STF). Órgão independente, o conselho toma decisões finais sobre conteúdos publicados nas plataformas digitais do grupo.
No vídeo, aparece um general do Exército Brasileiro convocando as pessoas a saírem de suas casas e "irem ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal”. Incitando ainda mais, é possível ler as chamadas "Venham para Brasília! Vamos invadi-lo! Vamos sitiar os Três poderes”, seguidas por imagens da Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde se localiza os prédios públicos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Brasil.
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Em sua segunda decisão, a diretoria do Conselho de Supervisão da Meta entendeu que o vídeo tem teor apelativo para a invasão e posse do controle das sedes dos três poderes brasileiros, com base na não aceitação da derrota nas eleições de 2022 do ex-presidente Jair Bolsonaro para o atual presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na época, os apoiadores de Bolsonaro pediam uma intervenção militar para interromper a transição de governo.
“A Meta deverá aumentar continuamente seus esforços para prevenir, mitigar e lidar com resultados adversos. A fase pós-eleitoral deve ser coberta pelos esforços de integridade eleitoral da Meta para lidar com o risco de violência”, disse o conselho.
A decisão da decisão do conselho sobre a remoção foi feita pelo único representante brasileiro nesse colegiado, Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade, durante o 3º Congresso Brasileiro de Internet (CBI).
“É uma decisão que tem diretrizes importantes para pensarmos não somente a questão de regulação, mas, também, a questão de autorregulação e a regulação independente”, disse Ronaldo Lemos. “Essa ideia de autorregulação vinculante, autorregulação regulada, é muito poderosa e tem a capacidade de promover impacto profundo”, defendeu o representante.
(*Gabriel Bentes, estagiário sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de OLiberal.com)
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